Federação de Folclore elogia jovens brasileiros no Folclore

Por Vanessa Sene
Mundo Lusíada

Cesar Soares, da Federação de Folclore Português, e presidente do Arouca SP Clube, José Pinho.

Presente no evento de 21º Festival de Folclore e 32º aniversário do Rancho Folclórico do Arouca São Paulo Clube, o presidente da Delegação da Federação de Folclore Português no Brasil, Cesar Soares, conversou com o Mundo Lusíada sobre o folclore em São Paulo. “O grupo federado tem como obrigação promover um convívio com outros grupos. Todo ano, eles fazem um festival de folclore, não é obrigação mas é um dever” diz Cesar Soares comentando a atividade do Arouca, que realiza festivais há muitos anos.

“Portugal deve muito a cultura luso-brasileira porque temos no Brasil um histórico de pessoas ligadas a cultura portuguesa que fazem com maior dignidade possível e com muito boa vontade a divulgação da nossa terra”.

Para a Federação, um grupo poderia representar uma única região de Portugal. “Claro que ficamos muito felizes quando um grupo tem uma identidade, e essa identidade. Todos nós temos uma identidade, o certo seria que cada grupo representasse uma determinada região. Sabemos que isso nem sempre é possível porque quando é formado um rancho um cidadão é de Trás-os-Montes, outro do Alentejo, outro é do Minho, e todo mundo gostaria de uma música da sua terra. É mais ou menos isso que acontece, principalmente aqui em São Paulo, no Rio já temos mais grupos federados”.

Apesar disso, Soares diz que a Federação não tem nada contra os grupos que dançam de norte a sul de Portugal. “Pelo contrário, temos que enaltecer, porque de um modo ou de outro, o folclore português está sendo divulgado. Está de parabéns a juventude brasileira por esse motivo, e naturalmente, com apoio de abnegados”.

Segundo ele, o gosto da Federação é que todos os grupos de São Paulo fossem federados. “Temos grupos em São Paulo que com pequenos detalhes podem ser federados. Acho que a maioria dos grupos aqui dança bem. Mas tem detalhes, por exemplo num traje, numa dança de uma região. Eu assisti um festival de folclore, há uns 15 anos na Portuguesa de Desportos, onde 14 grupos dançaram músicas do Minho e outras regiões de Portugal, e teve um grupo que dançou de uma região que foi o Arouca, embora não fosse federado na época. Então 15 grupos dançaram a mesma coisa, acho que acaba ficando cansativo, se cada grupo dançasse de uma maneira seria melhor”.

Para a Federação, os luso-descendentes estão sempre presentes nos grupos do Rio, São Paulo, Campinas, Santos, e até Paraná. “Jovem brasileiro, num dia de praia prova um traje quentíssimo ao invés de estar na praia, isso não tem preço que pague. Vemos que o jovem daqui tem muito cuidado com os próprios trajes. Em Portugal vemos jovens as vezes se apresentar com trajes que não está bem cuidado. E aqui, poucas casas cuidam dos trajes, a maior parte são os componentes que cuidam do seu traje. Vemos o zêlo dos jovens e não vemos isso em Portugal” elogiou.

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