Crônica: Dia de Santo Antonio em Lisboa

JoaoLuz_SantoAntonioTodo dia 13 de junho, em Lisboa, ocorre uma grande festa católica em homenagem a Santo Antonio, que é o padroeiro da cidade. Por conta deste dia santo, Lisboa vive, desde a véspera, sua maior comemoração do ano. Já na noite do dia 12, acontecem as Marchas, apresentações de grupos folclóricos que, desfilando pela avenida da Liberdade estendem a exibição até a madrugada do dia seguinte.

O dia 13 de junho, dia de Santo Antonio, é o feriado mais importante de Lisboa. A prefeitura da cidade patrocina na Catedral da Sé, em grande estilo e com rara beleza, o casamento comunitário de 13 casais, que recebem todo enxoval, o carro para transporte da noiva e a festa de bodas.

Santo Antonio nasceu em Lisboa na casa de seus pais junto à Catedral da Sé. No lugar onde o santo morou, foi construída a igreja que leva seu nome, onde é possível visitar a cripta e o local exato de seu nascimento. Foi ali que fez a primeira comunhão e passou sua infância frequentando a escola da Catedral.

Apesar de viver a juventude à época em que os mouros conquistaram Lisboa, nem mesmo o alvoroço causado pela guerra das cruzadas contra os inimigos da fé cristã não o poupou de ouvir a voz do Espírito de Deus, que mostrava sempre que deveria seguir uma vida em sentido pleno. Neste momento, decide se refugiar no Mosteiro de São Vicente de Fora onde monges seguiam piamente as regras de Santo Agostinho e levavam uma vida edificante. Com eles aprendeu a meditar a Sagrada Escritura e cultivar as ciências.

Após dois anos de vida monástica, pediu que o transferissem então para o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Antonio se entregou de alma e coração ao estudo e à prática das virtudes dos monges. Ali iniciou sua formação religiosa e ao completar 30 anos, idade requerida para ordenação à época, tornou-se sacerdote. Os frades que passavam pelo Mosteiro a caminho da África com objetivo de convencer os mouros à verdadeira fé cristã, anunciando a paz, o bem e o amor ao próximo, sensibilizavam Antonio para a missão evangelizadora dos discípulos de Francisco de Assis.

Vendo os frades que ali pernoitavam, enviados que eram pelo irmão Francisco de Assis que se fizera radicalmente pobre e os enviava mundo afora para falar do amor, uma das principais virtudes do cristão, Santo Antonio se junta a eles para pregar a verdadeira fé em Jesus Cristo.

Sua trajetória de pregação do evangelho foi realizada em diversos países. Partiu para o Marrocos e, em lá chegando, foi acometido de uma doença pertinaz que o obrigou a voltar a Portugal. Uma grande tormenta leva o barco a aportar em Messina, na Sicília e, restauradas as forças, segue para Assis para se encontrar com Francisco de Assis e participar do capítulo, uma reunião periódica dos frades que de todos os lados acorriam para se firmarem na vocação e entoar louvores a Deus.

Exerceu seu ministério no norte da Itália, na França sempre com brilhante eloquência. Sua última jornada apostólica foi em Pádua, Itália, país que se tornaria a sua segunda pátria. Ali suas pregações eram assistidas por crianças, jovens e adultos que lhe devotavam um amor incomensurável. Após sua morte na cidade de Pádua, um grande Santuário foi construído em sua honra. Por esta razão temos hoje Santo Antonio de Lisboa e Santo Antonio de Pádua. Em ambos os casos se trata da mesma pessoa. Santo Antonio de Pádua é reconhecido como um dos 35 Doutores da Igreja.

 

Por João Aparecido da Luz
Autor do “Diário de Viagem” – Editora Scortecci
“Dicas de Viagens” seguindo para o prelo
Escritor, advogado, cronista de viagem.
Site: www.familia.daluz.nom.br/autor

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