Da Redação com Lusa
Neste dia 31, o primeiro-ministro de Portugal defendeu que o crescimento de 6,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 cria condições para uma consolidação da economia em 2023.
“É um sinal de que a economia resistiu bem e recuperou bem da covid, resistiu bem à guerra e à inflação e dá boas indicações para o que pode acontecer em 2023”, disse António Costa, lembrando que crescimento significa emprego.
O primeiro-ministro falava aos jornalistas durante uma visita ao Bairro Vale de Chícharos (Bairro da Jamaica) no concelho do Seixal, que se encontra em mais uma etapa de realojamento das famílias que ali vivem.
A economia portuguesa cresceu 6,7% em 2022, o crescimento do PIB “mais elevado desde 1987”, de acordo com a estimativa rápida divulgada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O crescimento de 6,7% em 2022 situa-se uma décima abaixo da previsão do Governo, já que o ministro das Finanças, Fernando Medina, se tinha afirmado convicto, no final de dezembro, de que Portugal iria finalizar “o ano de 2022 com um crescimento [da economia] de cerca de 6,8%”.
Esta taxa fixa-se, contudo, acima dos 6,5% estimados no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), que deu entrada no parlamento em outubro passado.
Durante a visita António Costa foi abordado por Fernando Coxi, da associação de moradores do bairro, que começou por agradecer por pelo realojamento e depois sugeriu ao primeiro-ministro que se candidatasse a Presidente da República quando terminar o mandato de Marcelo Rebelo de Sousa.
A este pedido António Costa respondeu: “ Não. Eu gosto de fazer coisas. Cada um deve fazer o que tem jeito para fazer e eu gosto de fazer coisas e ajudar os outros a fazer coisas”.
Confiança
Também o ministro das Finanças disse hoje que o crescimento de 6,7% em 2022, o maior em 35 anos, dá confiança sobre o andamento da economia este ano, admitindo que os resultados sejam melhores do que os projetados.
Em declarações à Lusa, Fernando Medina afirmou que os dados de crescimento dão “mais confiança relativamente ao andamento do ano de 2023”.
No quarto trimestre de 2022, o PIB cresceu 3,1% em termos homólogos (desacelerando face aos 4,9% do terceiro trimestre) e 0,2% em cadeia (0,4% no trimestre anterior).
“O fecho do ano de 2022 sem recessão, sem queda da economia significa que teremos mais capacidade para podermos cumprir os objetivos relativamente ao ano de 2023”, disse o ministro.
Destacando que em 2022 se registou “o maior crescimento económico em 35 anos”, Fernando Medina recordou que Portugal é uma das seis economias das 12 da zona euro que já divulgaram resultados que apresenta resultados positivos.
“Significa isto que, na comparação internacional, nós fecharemos o ano de 2022 com uma taxa de crescimento que será sensivelmente o dobro do que se regista na zona euro, colocará Portugal como um país que no final de 2022 já recuperou bem dos níveis pré-pandemia. Por isso, estamos 2,6% acima dos níveis da pandemia de 2019, o que não acontece com outros países”, salientou.
Escusando-se a antecipar uma nova projeção para 2023, o governante admitiu que o Governo irá atualizar as projeções no Programa de Estabilidade: “Só nessa altura iremos fazer novas avaliações relativamente ao que será o andamento da economia portuguesa”, disse.
“Estes dados que saíram de 2022 dão-nos confiança de que os resultados em 2023 sejam melhores do que as nossas projeções. Isso é um dado muito importante neste momento. Passos seguros, passos consistente”, afirmou.