Cresce a devastação de florestas na Europa

Por Vivaldo José Breternitz

Noticia-se regularmente a devastação das florestas brasileiras. Parte dessas notícias é verdadeira, parte é falsa, sendo claro que o noticiário é frequentemente manipulado em função de interesses de natureza política ou econômica.

Recorrendo a esse noticiário, organizações europeias frequentemente tecem ataques ao Brasil, colocando aquele continente como um imaculado defensor da natureza. Agora, uma pesquisa conduzida pelo Joint Research Centre da União Europeia, dá conta que também por lá as coisas não andam tão bem.

Os resultados da pesquisa foram publicados pela Nature Research, centenária publicação científica, extremamente respeitada em todo o mundo, e dão conta que 38% da superfície da Europa é coberta por florestas, boa parte das quais exploradas para fins econômicos, especialmente para produção de madeira, e que entre 2011 e 2018, a área explorada cresceu 49%.

A manutenção desse ritmo de aumento da exploração, pouco racional e podendo ser chamado ritmo de devastação, trará consequências facilmente previsíveis: aumento da poluição, impacto na biodiversidade e na disponibilidade de água, alterações no clima etc. Suécia e Finlândia lideram o processo de aumento da exploração.

Os pesquisadores afirmam que, mesmo que as florestas sejam replantadas, provavelmente serão necessárias décadas para que a situação se reequilibre.

Evidentemente, não é porque se devasta na Europa que devemos permitir que se devaste aqui; mas além do cuidado com nossas florestas, devemos ter também cuidado com as notícias que nos chegam.

 

Por Vivaldo José Breternitz
Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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