Vice-presidente de Angola indiciado pelo Ministério Público por corrupção ativa

Mundo Lusíada
Com Lusa

Foto: UN Photo/Amanda Voisard
Foto: UN Photo/Amanda Voisard

O atual vice-presidente da República de Angola, foi indiciado pelo Ministério Público por corrupção ativa no âmbito da operação “Fizz”.

O vice-presidente Manuel Vicente está indiciado por corrupção ativa na mesma operação que levou à detenção, na terça-feira, do procurador Orlando Figueira.

A mesma fonte indicou que o Ministério Público indiciou Manuel Vicente e o advogado português Paulo Blanco do crime de corrupção ativa em co-autoria.

O procurador do Ministério Público Orlando Figueira – em licença sem vencimento desde 2012 -, deve ser ouvido por uma juíza de instrução criminal, no campus de justiça de Lisboa, depois de ter sido detido, no âmbito da “Operação Fizz”, por suspeitas de corrupção passiva, branqueamento de capitais e falsidade informática.

Orlando Figueira foi o procurador responsável pelos processos “BES Angola” e “Caso Banif”, que arquivou, relacionados com capitais angolanos.

Paulo Blanco foi na quarta-feira constituído arguido e foi alvo de buscas no seu escritório de advocacia. Em declarações à Lusa Paulo Blanco explicou que os elementos da PJ levaram cópias de declarações, sobre os vencimentos que o atual vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, auferia entre 2007 e 2010, quando exercia atividades na Sonangol, BCP (ActivBank) e Banco Angolano de Investimentos (BAI), entre outras entidades, e que pertenciam a um processo que foi arquivado em 2012.

Relação Portugal-Angola
Comentando o caso, o novo embaixador de Portugal em Angola, João Caetano da Silva, afirmou que a operação em Lisboa que já levou à indiciação do vice-Presidente de Angola ativa não afetará as relações bilaterais.

O diplomata falava no palácio presidencial, em Luanda, depois de apresentar as cartas credenciais ao Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, assumindo desta forma, oficialmente, as suas funções em Angola.

Embora sublinhando que a investigação em Portugal diz respeito a “questões do foro judicial”, João Caetano da Silva manifestou confiança em que o processo não afete as relações entre os dois países.

“De modo nenhum [afetar as relações]. E a minha intenção é de fortalecer cada vez mais as relações entre os dois países”, assumiu o novo embaixador, que aguardava por acreditação em Angola desde o início de dezembro.

“Não deixaremos em nenhum momento” que eventuais dificuldades “interfiram” na ” determinação de promover as relações bilaterais”, um “objetivo dos dois governos”, disse.

“A minha linha de atuação é no domínio institucional, eu represento o Presidente e o Governo português e, por isso, aquilo que eu vou promover são as relações institucionais entre os dois países, que estão acima de circunstâncias conjunturais e que continuarão a ser relações muito próximas e de grande amizade”, acrescentou o diplomata, depois de um encontro de mais de 30 minutos com José Eduardo dos Santos.

O novo embaixador português em Luanda, que chega a Angola depois de cumprir funções idênticas no México, manifestou o objetivo de “promover e fortalecer as relações muito intensas, de grande amizade e alguma complexidade” entre ambos os países e com Portugal disponível para colaborar no processo de diversificação da economia angolana, nomeadamente na agricultura.

“Pretendo fazer mais e melhor e ser um interlocutor próximo e credível do Governo de Angola”, rematou João Caetano da Silva.

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