Da Redação
Em Lisboa, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que os Parlamentos têm sido atores centrais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em especial por meio da Assembleia Parlamentar da Comunidade.
“É um foro de imenso valor para intercambiar ideias, fomentar o diálogo e a cooperação, ampliar os horizontes da CPLP a partir de consensos entre os representantes da soberania popular dos nossos países” disse, segundo Agência Câmara de Notícias.
A declaração foi dada na cerimônia de abertura do seminário 25 anos da CPLP, em Lisboa. O evento é promovido pelas comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
O presidente da Câmara anunciou que está empenhado em apoiar os trabalhos da Comissão Mista do Congresso Nacional para cuidar das matérias da CPLP.
“Temos o desafio, no Parlamento brasileiro, de melhor estruturar nossa participação na Assembleia Parlamentar da CPLP, à altura das credenciais, aspirações e responsabilidades que temos no contexto da nossa Comunidade.” Arthur Lira afirmou que, além de aproximar ainda mais os países lusófonos, a comunidade pode projetar uma voz mais forte no cenário internacional.
“Apesar da distância geográfica, e sem perder os traços que são próprios a cada um dos nossos países, nos percebemos unidos aos nossos irmãos na África, na Europa e na Ásia. Partilhamos uma herança cultural comum e comungamos da riqueza do nosso idioma português”, declarou Lima.
Também presente no evento, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, deputado Aécio Neves (PSDB-MG), apontou para a necessidade de a comunidade atuar pelo desenvolvimento econômico conjunto para erradicar a pobreza que atinge boa parte dos habitantes de países lusófonos. Para isso, ele destacou a importância de promover acordos de cooperação técnica que respeitem a soberania.
Aécio Neves ainda defendeu a cooperação para o combate à pandemia de Covid-19 e produção de vacinas. “O atual desequilíbrio entre vacinados e não-vacinados é inaceitável”, afirmou. Ele lembrou da atuação do Congresso brasileiro na aprovação de propostas como a que flexibiliza a lei de patentes. “Podemos avançar para produzir medicamentos para atender países que ainda não tiveram acesso”, espera. Aécio Neves ainda ofereceu transferência de tecnologia limpa para o combate à mudança climática.
O seminário presta homenagem ao filósofo e propagador da lusofonia Agostinho da Silva. “Ao reunir acadêmicos, intelectuais, políticos, diplomatas e funcionários internacionais diretamente envolvidos com a CPLP, oriundos de todos os nossos países, esta Jornada Agostinho da Silva oferecerá uma ampla e bem-vinda diversidade de visões e perspectivas sobre o nosso projeto comum”, comentou Lira.
Protesto
Alguns manifestantes receberam com palavras de ordem e protesto os participantes do seminário internacional que se realiza num hotel em Lisboa, organizado pelas comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado Federal e da Câmara de Deputados do Brasil.
O encontro, de dois dias, assinala os 25 anos da CPLP e coloca em debate o Agronegócio Sustentável no Brasil.
“Fora Bolsonaro genocida” e “cúmplices de um genocida” foram algumas das palavras de ordem que os manifestantes gritaram, elevando a voz sempre que se aproximava do hotel um participante da conferência.
A CPLP reúne nove países de língua portuguesa oficial: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.