Mundo Lusíada
Com Lusa
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, reclamou mais estudos científicos que analisem o potencial econômico da língua portuguesa, à semelhança do que já é feito com outros idiomas.
Durante a visita ao Museu da Língua, em São Paulo, Rui Machete pediu aos investigadores para seguirem os exemplos do inglês e do espanhol, que possuem estudos que “procuram medir qual é o impacto da língua em termos de desenvolvimento econômico”.
“O uso da língua facilita contratos e relações de investimento” e essa “mais valia deve ser avaliada de fato”, disse o ministro, considerando que o português “carece de mais investigação sobre o seu potencial econômico”.
“Tais estudos, sobretudo se forem em parceria com outros países da CPLP (Comunidade dos Países da Língua Portuguesa), podem ter um efeito multiplicador no reconhecimento internacional da língua portuguesa”, afirmou Machete.
“Para além da língua comum e da vertente cultural, a CPLP representa, igualmente, uma plataforma privilegiada em termos comerciais, tendo em conta as importantes ligações entre as economias dos países lusófonos e o crescente peso e a projeção de alguns países integrantes da CPLP têm vindo a adquirir em termos internacionais”, acrescentou o governante português.
No seu discurso, o ministro destacou que “o potencial da língua portuguesa é imenso”, dando alguns exemplos desse dinamismo como o fato de ser “a mais falada no hemisfério sul” e de ser a terceira mais utilizada na rede social Facebook.
Quanto ao futuro, Rui Machete disse estar confiante, já que há um “crescimento nos países da CPLP com população jovem e demografias ativas”, prevendo-se uma passagem dos atuais 254 milhões de falantes para 350 milhões em 2050.
O Museu da Língua foi criado em 2006 e é o único do mundo dedicado a um idioma e recebeu quase quatro milhões de visitantes desde a sua inauguração.
Energia
Durante sua visita oficial ao Brasil, o ministro português confirmou que a conferência ministerial da CPLP sobre energia é um passo para alargar a dimensão econômica da instituição. “A CPLP defende a língua portuguesa e é essa a sua nota identitária”, mas a prioridade da política externa é também “sublinhar a dimensão econômica” da instituição, afirmou o ministro português à Lusa.
Nos dias 22 e 23 de junho, Cascais acolhe o encontro ministerial “Energia para o desenvolvimento da CPLP”, que contará com a participação de países observadores como o Japão ou a Turquia.