Dia Mundial da Língua portuguesa comemorado com 150 atividades em 44 países

Da Redação
Com Lusa

O Dia Mundial da Língua Portuguesa, que se comemora em 05 de maio, vai ser assinalado em 44 países com mais de 150 atividades, foi anunciado em Lisboa.

Com um programa que inclui conferências, colóquios, concertos, concursos literários e de poesia e iniciativas acadêmicas, o segundo Dia Mundial da Língua Portuguesa vai decorrer em formato misto presencial e virtual e irá também refletir sobre a pandemia.

Em Lisboa, será realizada uma sessão oficial em 05 de maio.

O programa das comemorações do Dia Mundial da Língua Portuguesa foi apresentado hoje, em Lisboa, numa conferência de imprensa conjunta do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e dos secretários de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, do Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira, e adjunto e da Educação, João Costa.

O programa de comemorações desta efeméride conta com iniciativas promovidas pelas áreas dos Negócios Estrangeiros, Cultura, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e Educação, em Portugal.

Durante a conferência de imprensa, Augusto Santos Silva, explicou que as comemorações abrangem as dimensões da investigação, geográfica, de tradução para outros idiomas, da ligação a outras artes e de mobilização das populações, aquela que considerou a “mais importante”.

Neste contexto, destacou a realização, em Angola, do concurso #escreveumpoemacamoes, que desafia as pessoas a escreverem ou declamarem um poema em língua portuguesa divulgando-o nas redes sociais, e de um concurso literário, em Moçambique, que desafia os estudantes a escreverem histórias sobre a pandemia.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) proclamou, em 2019, 05 de maio como Dia Mundial da Língua Portuguesa, na sequência da proposta de todos os países lusófonos, apoiada por mais 24 Estados, incluindo países como a Argentina, Chile, Geórgia, Luxemburgo ou Uruguai.

Português na ONU

Santos Silva disse hoje que Portugal mantém o objetivo de colocar o português como língua oficial das Nações Unidas (ONU), admitindo que o caminho para lá chegar ainda é longo.

“A resposta é sim, devendo todos ter a consciência de que é preciso fazer um caminho, que é um caminho longo”, respondeu Santos Silva, quando questionado sobre se o Governo mantinha o desígnio de ter o português como língua oficial das Nações Unidas.

Santos Silva adiantou que “parte desse caminho está feito” porque o português já é língua de trabalho em algumas organizações do sistema das Nações Unidas, dando como exemplo a própria UNESCO.

Para o percurso restante, o ministro dos Negócios Estrangeiros apontou a necessidade de prosseguir com a promoção global do valor da língua portuguesa, considerando “muito importante” que, ao trabalho do instituto Camões, “se some o trabalho de outros países que têm instituições congêneres no universo de língua portuguesa”, nomeadamente a rede Brasil Cultural, e “o instrumento próprio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa”, o Instituto Internacional de Língua Portuguesa (ILLP).

“Esse trabalho permite ir codificando as diferentes variedades da língua, estender a rede internacional de ensino e também de criação cultural com base na nossa língua”, disse.

Por outro lado, acrescentou, é “indispensável trabalhar no próprio sistema das Nações Unidas”, apontando, neste contexto, que o português está já a ser ensinado, há três anos, na Escola Internacional de Línguas das Nações Unidas, em Nova Iorque, num esforço conjunto de Portugal e do Brasil.

“À medida que formos afirmando a centralidade da língua portuguesa em escolas internacionais, maior é a projeção”, disse, apontando igualmente a importância para este esforço da rede das escolas portuguesas no estrangeiro, quer no ensino em português, quer na formação de professores de língua portuguesa ou na “valorização internacional” das culturas e das literaturas feitas em português.

“Isso somaria a um caminho que também estamos a desbravar e de que o primeiro grande exemplo ocorre em Londres com a primeira escola bilíngue português e inglês”, apontou o ministro.

Questionado pela agência Lusa sobre os progressos na implantação do português como uma das línguas oficiais da Guiné Equatorial, um dos compromissos do país na sua adesão à CPLP, Santos Silva disse que Portugal continua a apoiar os esforços deste país, que tem também o espanhol e o francês como línguas oficiais.

“Portugal não só tem recebido e formado funcionários da administração pública equato-guineense para garantir que os documentos oficiais da Guiné Equatorial se publiquem também na língua que soberanamente escolheu como as suas línguas oficiais, como também tem assegurado a presença de docentes em apoio à formação de professores e às instituições locais”, disse Santos Silva.

O ministro disse ainda que Portugal é acompanhado neste esforço por outros países da CPLP, designadamente o Brasil, e pela própria organização lusófona.

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