Da Redação
Com Lusa
Três países manifestaram interesse em aderir à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) como observadores associados, segundo o embaixador cabo-verdiano junto da organização, no final de uma reunião em Lisboa.
O coordenador da reunião extraordinária do comitê de concertação permanente da CPLP, Eurico Monteiro, embaixador de Cabo Verde em Lisboa, não revelou quais os países que apresentaram “manifestações de interesse” à organização lusófona, mas sublinhou que “haverá muito provavelmente processos formais de candidatura já no princípio do ano”.
Depois da reunião do comité de concertação permanente, com a presença da secretária executiva da CPLP, Maria do Carmo Silveira, o diplomata cabo-verdiano adiantou que os países que avançaram com a intenção de ser observador associado da CPLP pertencem aos “continentes europeu e africano e, muito provavelmente, ao continente americano”.
Eurico Monteiro lembrou que, nos últimos dois anos, a CPLP aumentou para mais do dobro o número de observadores associados da organização de expressão portuguesa, com Portugal, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Brasil, Cabo Verde, Timor-Leste e Guiné-Equatorial como Estados-membros.
“No decurso de dois anos, crescemos com mais dez observadores associados. De nove passamos para 19 observadores. São nove os países-membros e temos o dobro de observadores associados”, salientou Eurico Monteiro.
O também embaixador de Cabo Verde junto da CPLP considerou que a organização “está suficientemente divulgada e constitui um palco e uma plataforma de interesse suficiente capaz de gerar outras manifestações num futuro próximo”.
Eurico Monteiro referiu também que a CPLP tem a “preocupação de criar um ambiente que seja propício em desenvolver relações mais estreitas com os seus associados, para que haja um maior entrosamento”.
“Todos estamos associados a este projeto, uns na condição de membro, outros de observador associado”, acrescentou, referindo que a reunião de hoje – à qual não compareceram apenas os representantes da Namíbia e Maurícia de entre os 19 observadores associados da CPLP – pretendeu reforçar a cooperação e fomentar “o entrosamento” com os observadores associados.
Eurico Monteiro afirmou ainda que, além do balanço das atividades dos observadores associados e das ações em curso, a reunião extraordinária na sede da CPLP, na capital portuguesa, permitiu discutir “a matriz de cooperação estratégica entre os Estados-membros e os observadores associados”.
“Queríamos identificar as áreas de interesse estratégico para a CPLP, nas quais se pudessem desenvolver ações de cooperação mais intensas, mais eficazes e mais eficientes com os observadores associados. Esta matéria vai ser retomada, também precisa de ser um pouco mais especializada entre os países-membros, para depois ser concertada e afinada e resultar numa matriz que seja capaz de responder às preocupações da CPLP”, afirmou.
Outro ponto relevado pelo embaixador foi a “montagem da rede de pontos focais de pontos de cooperação e setoriais, de modo a que seja possível ter interlocutores nas várias secções e departamentos da administração pública dos observadores associados, para permitir uma comunicação mais fluída e eficiente e uma maior articulação”.
No encontro desta quinta-feira, foram ainda abordadas as iniciativas dos observadores associados para a promoção da língua portuguesa e da diversidade cultural da CPLP.
Atualmente, têm a categoria de observador associado a Geórgia, Luxemburgo, Hungria, Japão, Andorra, Reino Unido, Argentina, República Checa, República do Chile, Eslováquia, França, Maurícia, Itália, Namíbia, Uruguai, Senegal, Sérvia, Turquia e Organização de Estados Ibero-americanos (OEI).
Estes Estados assumiram um compromisso com os objetivos da CPLP e os seus princípios orientadores, reforçando a possibilidade de aprofundar laços ao nível político, econômico e cultural, podendo contribuir para prosseguir a promoção e difusão, ensino e aprendizagem da língua portuguesa.