Da Redação
Com Lusa
A presidência cabo-verdiana da comunidade lusófona (CPLP) terá como lema “Cultura, pessoas e oceanos”, disse o chefe de Estado Jorge Carlos Fonseca, adiantando que o país quer “dar passos importantes” na mobilidade e livre circulação.
“Cabo Verde entendeu definir o essencial da presidência da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) através de uma espécie de lema: “Cultura, pessoas e oceanos”, disse no dia 09 na cidade da Praia, Jorge Carlos Fonseca.
O Presidente da República de Cabo Verde falava aos jornalistas após a primeira reunião de coordenação e avaliação da preparação da cimeira de chefes de Estado e de Governo da CPLP, agendada para 17 e 18 de julho, na ilha do Sal.
No encontro participaram também o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, e os ministros dos Negócios Estrangeiros, Luís Filipe Tavares, e da Cultura, Abraão Vicente.
“Pretendemos privilegiar as intervenções no âmbito da cultura através da afirmação da língua portuguesa, criação de um mercado comum de produtos culturais e artísticos com aspetos de livre circulação de pessoas e bens no âmbito da cultura, bem como um quadro de regulação fiscal para a circulação de bens e produtos culturais”, explicou.
Jorge Carlos Fonseca disse ainda que Cabo Verde quer “dar passos importantes do ponto de vista da circulação das pessoas no espaço da CPLP”.
“É nossa convicção que uma comunidade implica mobilidade, implica circulação, que os cidadãos se sintam membros de uma comunidade de pessoas”, disse, apontando como objetivos a livre circulação de produtores e bens culturais e de empresários.
Jorge Carlos Fonseca disse ainda que a presidência cabo-verdiana pretende reforçar a afirmação da cidadania e dos valores da democracia, liberdade, valores fundamentais e fundadores da própria comunidade.
O chefe de Estado lembrou que todos os países são banhados por oceanos, que são “um elemento de união na comunidade”, e que a temática não poderia ficar de fora da presidência cabo-verdiana.
Reforço da segurança marítima, plataforma continental e economia marítima serão, por isso, temas da agenda da presidência cabo-verdiana.
“Pensamos que durante a nossa presidência possa ocorrer uma reunião dos ministros ligados ao mar ou à economia marítima de todo o espaço da CPLP”, disse.
Cabo Verde quer ainda integrar na agenda da cimeira uma reunião que permita aos chefes de Estado e de Governo discutir a mobilidade e circulação no espaço lusófono.
“Que não seja apenas uma reunião de aprovação e de sufrágio de propostas que vem das reuniões dos embaixadores e dos ministros”, disse.
Quanto à presença de chefes de Estado e de Governo, Jorge Carlos Fonseca disse que enviou já convites formais a todos os países e disse estar a trabalhar para ter “uma boa representação”.
O chefe de Estado informou que irá encontrar-se ainda este mês, durante o Fórum da Água, em Brasília, com os chefes de Estado do Brasil, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial, mandar enviados especiais a Moçambique e manter contatos telefônicos com o Presidente de Timor-Leste.
“Vamos trabalhar afincadamente para que cimeira tenha todo o sucesso que desejamos”, concluiu.
A cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) decorre a 17 e 18 de julho, na ilha do Sal, marcando o arranque da presidência cabo-verdiana da organização.