CPLP discute internacionalização de empresas e Brasil apresenta proposta

Secretário-executivo do MDIC, Ricardo Schaefer, fala sobre ações do governo brasileiro, durante a Conferência sobre Internacionalização de Economias da CPLP. Foto: Ascom/MDIC
Secretário-executivo do MDIC, Ricardo Schaefer, fala sobre ações do governo brasileiro, durante a Conferência sobre Internacionalização de Economias da CPLP. Foto: Ascom/MDIC

Da Redação

Para uma plateia de autoridades e empresários dos oito países, que fazem parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em quatro continentes, o secretário-executivo do Ministério brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ricardo Schaefer, apresentou em Lisboa propostas para aumentar a integração entre os países lusófonos e informações sobre internacionalização de empresas brasileiras.

“Foi somente na primeira década do século 21 que fatores políticos e econômicos, no Brasil e em outros países, contribuíram para uma maior internacionalização da economia brasileira e das suas empresas. O ingresso de capitais externos no Brasil bateu recorde em 2011, o que alçou o país à colocação de quinto maior receptor de Investimento Estrangeiro Direto”, lembrou.

Por outro lado, disse ele, em 2006, que pela primeira vez na história a conta de investimento direto brasileira ficou negativa e o que foi investido no exterior por brasileiros superou o fluxo de investimentos no Brasil em US$ 8,6 bilhões.

Segundo o secretário, três fatores motivaram este acontecimento: o crescimento do preço das principais commodities internacionais; a implementação, pelo governo brasileiro, de uma política externa com objetivo de expandir e diversificar parceiros comerciais; e a retomada da política industrial brasileira, com ações voltadas para internacionalização de empresas.

Políticas públicas

O secretário também citou uma pesquisa feira em 2013 pela Fundação Dom Cabral, com a participação de 63 companhias brasileiras que atuam no exterior. Elas foram questionadas sobre os aspectos da política externa brasileira que mais favoreceram a sua internacionalização nos últimos dez anos. Foram avaliadas doze políticas e ações governamentais. As quatro mais relevantes, na opinião dos empresários, foram ações ligadas ao MDIC: Negociar a diminuição de barreiras alfandegárias; Buscar cooperação bilateral e integração sul-americana; Buscar lugar de destaque do Brasil no contexto internacional; Criar linhas de crédito/financiamento para investimentos no exterior.

Mercado

Ainda segundo a pesquisa, as empresas brasileiras estão presentes em 84 países. Quanto à distribuição geográfica, os Estados Unidos têm maior presença brasileira, com 41 empresas. Em seguida estão a Argentina, com 35 empresas brasileiras; e o Chile, com 30 empresas.

Na distribuição por regiões, a América do Sul está em primeiro lugar. Quase 80% das multinacionais brasileiras possuem presença física na região. Em seguida vem a América do Norte, com presença de 70% das empresas. Depois estão Ásia; América Central e Caribe; África; Oriente Médio; e Oceania. A presença das empresas brasileiras na África é de 30,16%, segundo o levantamento.

Entre as políticas que contribuem para a internacionalização de empresas brasileiras, o secretário deu destaque às ações de promoção comercial desenvolvidas pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Só no ano passado, foram organizadas 1.164 ações entre feiras, eventos e rodadas de negócios, com a participação de 12.880 empresas brasileiras.

O secretário – que preside o Comitê de Financiamento e Garantia das Exoprtações (Cofig), órgão ligado à Câmara de Comércio Exterior (Camex) – citou o aumento do volume de financiamentos brasileiros a obras de infraestrutura no exterior. Houve um crescimento de cinco vezes, na ultima década, totalizando US$ 8,6 bilhões.

Dois fatores que contribuíram para este fato, segundo Schaefer, foram o aumento da demanda pelos serviços de engenharia nos países em desenvolvimento e a aposta feita pelas empresas brasileiras na estratégia de internacionalização.

Propostas

“Eu creio que podemos aprofundar muito mais a integração produtiva e a internacionalização de nossas economias pois temos algo que nos facilita muito os negócios que é uma língua comum”, declarou, ao encerrar sua participação na conferência, sugerindo um encontro empresarial da CPLP.

A palestra do secretário-executivo do MDIC abriu o painel “Como Reforçar a Internacionalização das Economias e o Relacionamento Mútuo” durante a Conferência sobre Internacionalização de Economias dos integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que são: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

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