Da Redação
Com Agencia Senado
A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta quarta-feira a indicação do diplomata Pedro Fernando Brêtas Bastos para a chefia da representação diplomática do Brasil junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A sede da CPLP fica na capital Lisboa.
Durante a sabatina, Brêtas garantiu que a CPLP cada vez ganha maior projeção internacional, o que também ajuda o Brasil e a divulgação da sua cultura, valores e língua nas mais diversas regiões do globo. Ele citou que a Operação Felino, de integração e treinamento conjunto das forças armadas dos noves países do grupo, foi uma das mais relevantes parcerias efetivadas pela organização.
“Temos que olhar muito seriamente para o [oceano] Atlântico, pro “nosso rio”, porque novas ameaças surgem. Nosso petróleo está no Atlântico, o da África também. O petróleo da Guiné Equatorial está lá e em São Tomé e Príncipe devem ser identificadas reservas brevemente; já é sabido que eles também as têm. As operações conjuntas ainda ajudam no combate ao tráfico de drogas e mesmo contra eventuais ameaças terroristas contra alguns dos países. Continuaremos cooperando, especialmente através da Marinha” detalhou.
Crescimento
Fazem parte da CPLP Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Apesar de ter sido colonizada pela Espanha, Guiné Equatorial entrou para a CPLP após ter oficializado a língua portuguesa como um dos idiomas do país em 2014, junto com o espanhol e o francês.
Brêtas ainda informou que 18 países, entre eles algumas das economias mais pujantes do mundo, também pediram para participar da CPLP como observadores.
“18 países se associaram à CPLP, com o compromisso de ensinarem e divulgarem a língua portuguesa. É um acordo no âmbito da CPLP que permite, por exemplo, que escolas norte-americanas tenham aulas de português a partir de uma lista de solicitação feita por pais e descendentes de uma nação que fale a língua. Não é por acaso que Inglaterra, França, China e Índia também se associaram à CPLP, porque essa é uma entidade que ganha cada vez maior relevância. O português já é a terceira língua mais falada no ocidente: quase 300 milhões de pessoas, já passamos o francês” disse.
No mundo ocidental, apenas o inglês e o espanhol são mais difundidos que a língua portuguesa. O diplomata ainda detalhou que Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai também já fazem parte da CPLP como membros observadores. Além disso, Romênia e Catar oficializaram recentemente solicitações para integrarem a organização.
Por fim, Brêtas disse que o protocolo da CPLP prevê que os nove países que são membros-plenos atuarão em conjunto nas deliberações da ONU, o que, a seu ver, reforça a posição do Brasil na cena internacional.