Da redação com Lusa
Portugal registrou neste domingo 413 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, sendo o segundo dia consecutivo sem qualquer vítima mortal relacionada com o vírus SARS-CoV-2 , indica a Direção-Geral da Saúde (DGS).
De acordo com o boletim epidemiológico da DGS, os internamentos em enfermaria voltaram a subir, estando hoje 220 doentes, mais 10 do que no sábado.
Segundo a DGS, estão internados em cuidados intensivos 58 doentes, menos um do que no sábado.
Os dados mostram ainda que houve um aumento de 187 casos ativos de infeção, totalizando agora 22.515.
Desde o início da pandemia Portugal já contabilizou 844.224 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus e 17.017 mortes.
Testes
O Governo vai reforçar a testagem nas escolas de ensino secundário e superior na Região de Lisboa e Vale do Tejo, onde o índice de transmissibilidade do SARS-Cov-2 e a incidência estão a subir.
“Esta testagem tem três parâmetros (dirigida, programada e oportunística) e segue as diretrizes da Direção-Geral da Saúde (DGS) e da ‘task force’ da testagem”, disse o Ministério da Saúde, em resposta à Lusa sobre a estratégia de testagem a adotar neste reforço, anunciado hoje numa entrevista do secretário de Estado Adjunto, Lacerda Sales, ao Diário de Notícias (DN).
O Ministério da Saúde diz que este reforço da testagem será feito “onde existe um aumento mais intenso do Rt e da incidência”, como é o caso da Região de Lisboa e Vale do Tejo, na qual se pretende “testar um conjunto de segmentos fundamentais, como já aconteceu no passado: ensino, empresas e função pública”.
Na entrevista ao DN, Lacerda Sales reconhece que a testagem diminuiu “porque a incidência também diminuiu e, obviamente, que as pessoas tiveram menos propensão para testar”.
Sobre o reforço, diz que, para já, está a ser pensado para a Região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), “o que não quer dizer que não se venha a alargar a outras regiões e concelhos”.
“Mas o nosso foco está agora em LVT, porque também foi aqui que os valores subiram um pouco mais. (…) Vamos reforçar rapidamente a testagem na região e em algumas freguesias de Lisboa, com incidência maior, para travar novas cadeias de transmissão. É para avançar o mais rápido possível, de acordo com as orientações da Direção-Geral da Saúde e da ‘task force’ para a testagem”, acrescentou.
Na sexta-feira, o Instituto Ricardo Jorge anunciou que Lisboa e Vale do Tejo apresentava um índice médio de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 de 1,11, sendo a única região de Portugal continental acima de 1.
De acordo com o relatório semanal do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) sobre a evolução da curva da epidemia, o aumento do Rt – que estima o número de casos secundários de covid-19 resultantes de uma pessoa infetada – tem sido registado em todo o país desde 01 de maio, mas esta variação tem sido “mais acentuada” em Lisboa e Vale do Tejo.
Na última semana, o Rt na região de Lisboa e Vale do Tejo subiu de 0,95 para os 1,11.
As autoridades consideram que este aumento merece ser acompanhado com “atenção durante a próxima semana” e estimam que Lisboa e Vale do Tejo atinja 120 casos por cem mil habitantes dentro de 31 a 60 dias.
“O aumento dos valores do índice de transmissibilidade (Rt) deve ser acompanhado com atenção durante a próxima semana, pois pode sinalizar o início de um período de crescimento da epidemia”, refere o relatório divulgado na sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Na quarta-feira, a DGS disse à Lusa desconhecer a existência de surtos de covid-19 relacionados com os festejos da conquista do campeonato de futebol pelo Sporting, mas confirmou que a incidência de casos estava a crescer nas últimas duas semanas em Lisboa.