Da Redação
Com agencias
Nesta quarta-feira, o primeiro-ministro admitiu o agravamento de medidas face à pandemia de covid-19, caso a situação em Portugal piore, pedindo responsabilidade coletiva à população para o evitar.
“Vamos evoluir para o estado de calamidade e podemos evoluir para outros estados se as circunstâncias assim o impuserem, mas temos todos de concentrar no esforço coletivo para evitar que isso seja necessário e se todos o fizerem isso não será necessário. Se nem todos o fizerem, o risco de isso acontecer será maior”, disse António Costa.
O primeiro-ministro falava aos jornalistas na conferência de imprensa realizada após o Conselho de Ministros que decidiu elevar para situação de calamidade, a partir de quinta-feira, o nível de alerta em Portugal para face à covid-19.
Sem especificar se Portugal pode entrar novamente em estado de emergência, António Costa sublinhou que são tomadas “as medidas que sempre venham a justificar-se como necessárias em cada um dos momentos”.
O chefe do Governo sustentou que as oito medidas hoje avançadas para controlar o aumento de casos de covid-19 “são aquelas que parecem ajustadas ao momento”.
O primeiro-ministro recordou “os brutais custos” para o emprego, rendimento das familiares e empresas que resultaram das medidas de confinamento obrigatório adotadas no princípio da crise, frisando que foram “muitos pesados”.
“Não queremos regressar a esse cenário”, salientou Costa à Agencia Lusa.
Nesse sentido, apelou para que todos adotem as regras e comportamentos individuais, designadamente lavagem frequente das mãos, uso da máscara e distanciamento físico.
António Costa disse ainda que não haverá alterações às regras do teletrabalho que estão em vigor, nem vão ser encerradas as fronteiras terrestres com Espanha.
A situação de calamidade, que entrará em vigor às 00:00 de quinta-feira, vai ser reavaliada dentro de 15 dias.
Portugal registrou nas últimas 24 horas um recorde de 2.072 casos de Covid-19 e sete mortes, segundo dados divulgados pela Direção-Geral da Saúde.
Segunda Onda
Países europeus começaram a fechar escolas e cancelar cirurgias, indo muito além das restrições à vida social agora que autoridades sobrecarregadas enfrentam o ressurgimento da covid-19 às vésperas da chegada do inverno.
A volta das atividades normais – de restaurantes cheios a novos semestres nas universidades – desencadeou um pico acelerado de casos em todo o continente.
Bares e pubs foram dos primeiros a fechar ou ser obrigados a encurtar o expediente nos novos lockdowns, mas agora as taxas de infecção crescentes também estão testando a determinação dos governos a manter as escolas abertas e os atendimentos de saúde não relacionados à covid em funcionamento.
A República Tcheca, que tem o pior índice per capita europeu, trocou o ensino presencial pelo virtual e os hospitais começaram a suspender operações sem urgência para liberar leitos. Bares, restaurantes e clubes fecharam.
Nesta quarta-feira, as autoridades de Moscou disseram que adotarão o ensino virtual para muitos estudantes a partir de segunda-feira, e a Irlanda do Norte anunciou um fechamento de duas semanas das escolas.
As grandes economias europeias da Alemanha, Reino Unido e França vêm resistindo à pressão para fechar as escolas, uma medida que criou transtornos para a força de trabalho durante os lockdowns de primavera, já que os pais tiveram que se dividir entre os cuidados com os filhos e o trabalho em casa.
A Holanda retomou um lockdown parcial nesta quarta-feira (14), fechando bares e restaurantes, mas manteve as escolas abertas, segundo informações da Reuters.
As infecções europeias vêm se mantendo em uma média de quase 100 mil por dia, obrigando governos a adotarem uma variedade de restrições severas, e cada um deles tenta calibrá-las para proteger a saúde sem destruir os meios de subsistência.