Covid-19: “O surto não desapareceu por milagre” em Portugal

Da Redação
Com Lusa

O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, lembrou nesta segunda-feira, dia em que começa o plano de desconfinamento devido à pandemia da covid-19, que o surto “não desapareceu por milagre” e ainda tem de ser vencido.

“Ainda temos que vencer a pandemia. O surto não desapareceu por milagre”, sinalizou o chefe de Estado, falando em entrevista à Rádio Montanha, da ilha açoriana do Pico.

O combate à pandemia tem “corrido muito bem nos Açores, e também muito bem na Madeira e em muitos pontos do continente”, mas tal não quer dizer que se chegou ao “fim do caminho”, acrescentou ainda Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República lembrou ainda o “papel fundamental” da União Europeia na resposta à covid-19, acrescentando que em causa não está uma “crise de um Estado ou de um pequeno número de estados”, mas “uma crise de todo o mundo, e dentro do mundo uma crise europeia”.

A União tem, portanto, de ser “rápida a decidir” e deve ainda compreender que tem de “decidir em grande”.

“Não é a mesma coisa decidir em junho ou dois meses ou três meses depois. Não é a mesma coisa decidir um montante significativo ou um montante mais pequeno”, acrescentou ainda o chefe de Estado.

À rádio açoriana, Marcelo Rebelo de Sousa declarou ainda a vontade de voltar à ilha do Pico e à região “mal passe a pandemia”.

No domingo, Portugal entrou em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

Nesta segunda-feira, Portugal conta com 1.063 mortes, mais 20 do que dia anterior e um aumento de 1,9%, e 25.524 casos de infectados, mais 242 casos, do novo coronavírus, segundo dados da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Foram 1.712 casos recuperados e 2.760 aguardam resultado laboratorial. Há também 813 casos de pacientes internados e 143 em Unidades de Cuidados Intensivos.

Por regiões, o Norte continua a ser o mais afetado pela pandemia, com 15.141 casos confirmados e 609 óbitos. Seguido de Lisboa e Vale do Tejo, com 6.136 infecções e 218 mortes.

No Centro, há registro de 3.478 pacientes com Covid-19 e 209 pessoas perderam a vida para a doença. Já no Algarve, foram contabilizados 333 casos e 13 óbitos.

Por fim, no Alentejo, a região menos casos, 218 infecções e uma morte.

Quanto às regiões autônomas, nos Açores há 132 casos e 13 óbitos. Na Madeira são 86 infecções sem registro de vítimas mortais.

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