Da Redação
Com Lusa
O Hospital de Braga, a Unidade Local de Saúde de Matosinhos e o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa foram ativados para dar resposta a casos relacionados com o novo coronavírus, anunciou a Direção-Geral da Saúde (DGS) de Portugal.
Estas unidades do Norte vêm completar a oferta disponível nos Hospitais de São João e Santo António, que segundo a DGS “mantêm a capacidade de resposta”.
“Estas medidas têm como objetivo reforçar o acesso e a capacidade de resposta dos serviços de saúde”, afirma a DGS numa nota divulgada ao fim da manhã.
A diretora-geral da saúde, Graça Freitas, tinha afirmado na segunda-feira à noite que os hospitais de “Santo António e São João esgotaram a capacidade”.
A DGS confirmou também na segunda-feira que em Portugal foram confirmados os dois primeiros casos de infeção, um homem de 60 anos e outro de 33, internados em hospitais do Porto.
O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.000 mortos e infetou quase 90 mil pessoas em 67 países.
Das pessoas infectadas, cerca de 45 mil recuperaram.
Além de 2.912 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irã, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas.
Um português tripulante de um navio de cruzeiros está hospitalizado no Japão com confirmação de infecção.
A Organização Mundial de Saúde declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.
Saúde e Economia
O ministro português da Economia afirmou que o impacto do surto de Covid-19 nos negócios nacionais é “moderado a reduzido”, defendendo que conter a “taxa de propagação da doença é bom para a saúde e a economia”.
“O relato que me chega é que o impacto [do surto de coronavírus na economia portuguesa] tem sido muito moderado, para não dizer reduzido. Temos de continuar a ser vigilantes, adotar todas as recomendações das autoridades de saúde e sermos capazes de conter a taxa de propagação da doença. É bom para a saúde, é bom para a economia”, afirmou Pedro Siza Vieira no Porto, à margem da 3.ª Conferência do Fórum Permanente para as Competências Digitais – INCoDe.2030.
De acordo com o governante, “na maior parte dos setores” de atividade, desde os medicamentos, passando pelo ramo automóvel e pelas indústrias, “as empresas estão bem abastecidas de ‘stocks’ e não se verificam situações de interrupção de atividade”.
“A preocupação é saber se esta situação se irá prolongar, quanto tempo durará e qual vai ser impacto sobre força de trabalho”, observou.
O ministro garantiu que trabalhadores do setor privado que tenham de faltar devido ao surto de Covid-19, por determinação da autoridade de saúde, vão receber “integralmente” o rendimento, numa “baixa paga a 100% desde o primeiro dia”.
“O Governo vai considerar as ausências determinadas pela autoridade de saúde como uma baixa por internamento paga a partir do primeiro dia. Será, portanto, uma baixa paga a 100% para o setor privado”, disse.
O ministro acrescentou que aquelas ausências relacionadas com o surto de coronavírus, tal como no setor público, serão “pagas integralmente desde primeiro dia, sem qualquer perda de rendimento”.
O ministro da Economia já se tinha referido na segunda-feira a uma portaria que ia ser publicada para acautelar situações em que os trabalhadores tenham de se ausentar dos postos de trabalho “não por uma situação de doença, mas por uma situação de quarentena”, notando que a medida “poderá aplicar-se a partir do momento em que haja orientação nesse sentido” pelas autoridades de saúde.