Da Redação com ONU
A Organização Mundial da Saúde, OMS, considera a Covid-19 ainda uma emergência de saúde global, mas afirma que a pandemia está num ponto de transição.
Em nota, a agência anuncia as decisões da 14ª reunião o Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional sobre Covid-19.
No pronunciamento desta segunda-feira, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse concordar com a recomendação sobre a continuação da declaração da Covid-19 como emergência de saúde pública de interesse internacional.
Os especialistas recomendam à OMS que adote “mecanismos alternativos para manter o foco global e nacional no Covid-19 após o término da emergência.
Estima-se que acima de 170 mil pessoas perderam a vida devido à pandemia nas últimas oito semanas. No total, 752,5 milhões de casos foram confirmados e 6,8 milhões de mortes em todo o mundo. Ao todo, foram aplicadas mais de 13,156 milhões de vacinas contra a doença.
Tedros Ghebreyesus lembrou que o número real de mortes pode ser muito maior. Ele acredita que mais pode ser feito para lidar com as vulnerabilidades das populações e dos sistemas de saúde.
O comitê indica como medidas “atingir níveis mais altos de imunidade populacional globalmente, seja por meio de infecção e/ou vacinação tanto na morbidade como na mortalidade”. Para os especialistas, há poucas dúvidas de que o “vírus continuará sendo um patógeno estabelecido permanentemente em humanos e animais para um futuro próximo”.
Nestas circunstâncias, Tedros diz que uma ação de saúde pública de longo prazo é extremamente necessária.
Para os especialistas, embora “a eliminação do vírus de humanos e animais seja altamente improvável, a mitigação de seu impacto arrasador na morbidade e mortalidade é alcançável e deve continuar a ser uma meta prioritária”.
Evitar um ciclo de pânico e negligência
Em relação às recomendações temporárias, o chefe da OMS reiterou que os países devem continuar vacinando e fazendo da imunização contra a Covid-19 um cuidado de rotina.
O chefe da agência apoia ainda a melhora da vigilância, manutenção de um forte sistema de saúde para evitar um “ciclo de pânico e negligência” e que siga o combate à desinformação e ajuste de medidas de viagens internacionais com base na avaliação de risco.
Em janeiro de 2020, a OMS declarou a Covid-19 uma emergência de saúde pública internacional, cerca de seis semanas antes de apontar a doença como uma pandemia.
No início deste ano, o diretor regional da OMS para a Europa disse que o aumento contínuo de casos de Covid-19 na China não deve ter um impacto significativo na situação epidemiológica na região. Hans Kluge disse que o surto de duas variantes do vírus que circulam na China já ocorreu na Europa e em outros lugares.
Há algumas semanas, as autoridades chinesas tentavam combater uma onda de casos desde a decisão do governo de suspender quase três anos de restrições. Agências de notícias informaram que 90% de residentes da província de Henan foram infectados.