Costa e Silva recebe Prêmio Camões e Brasil-Portugal anunciam investimento audiovisual na CPLP

Mundo Lusíada
Com agencias

O secretário português Jorge Barreto Xavier participa da entrega do prêmio Camões. Foto Câmara Portuguesa RJ
O secretário português Jorge Barreto Xavier participa da entrega do prêmio Camões. Foto Câmara Portuguesa RJ

Poeta e especialista em África, Alberto da Costa e Silva recebeu em 29 de outubro, no auditório da Fundação Biblioteca Nacional, no centro do Rio, o Prêmio Camões, criado pelos governos brasileiro e português em 1988. A premiação é dada a escritores que tenham contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua portuguesa.

Alberto da Costa e Silva, de 83 anos, é também diplomata, historiador, memorialista e atual orador do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Como ocupante da Cadeira 9 da Academia Brasileira de Letras (ABL), recebeu pares na academia, como Merval Pereira, Antônio Carlos Secchin, Ana Maria Machado e Rosiaka Darcy de Oliveira.

Antes da entrega do prêmio, houve uma mesa de debates sobre a obra de Alberto da Costa e Silva. O ex-ministro do Tribunal de Contas, Luiz Octávio Gallotti, contemporâneo do poeta, lembrou a infância na Tijuca, bairro da zona norte do Rio, e dos tempos do Colégio Marista São José e, depois, no Instituto Lafayette. O professor João José Reis destacou trechos de obras de Costa e Silva, o trabalho dele no Itamaraty, quando, entre outras funções, foi embaixador na Nigéria e os livros que escreveu sobre a África.

Alberto Costa e Silva recebeu o prêmio das mãos da secretária executiva do Ministério da Cultura, Ana Cristina Wanzeler, que representou a ministra Marta Suplicy; e do secretário de Estado de Cultura de Portugal, Jorge Barreto Xavier. “Sou grato aos que resolveram outorgar-me este prêmio e aos que não contestaram a decisão”, disse Costa e Silva, arrancando risos da plateia.

Na avaliação do homenageado, o prêmio foi criado para destacar, anualmente, um escritor de língua portuguesa que tivesse contribuído para o prestígio da língua e sua situação do mundo. “Fico muito feliz de ter sido incorporado a esta galeria,”, disse.

O secretário português disse a obra de Costa e Silva tem destaque no cenário das relações entre Brasil, África e Portugal, que para ele compõem um triângulo amoroso ligado pela língua e por diversos aspectos. “Mais de 500 anos nos ligam e nos projetam para o futuro, dependendo de pessoas e decisões concretas saber se queremos que a memória futura nos aproxima ou nos afasta”, acrescentou.

A secretária leu o discurso da ministra Marta. Nele, ela destacou que o poeta tem contribuído com os preparativos para a instalação do Museu Nacional da Memória Afrodescendente, na região do Lago Sul, em Brasília. No texto, a ministra agradeceu a generosidade do escritor, que participou de seminários para que o Brasil tenha o museu da cultura afro. “Este Prêmio Camões 2014 vai para um grande escritor e um grande ser humano também. A escolha de Alberto Costa e Silva traz ainda mais brilho ao prêmio”, ressaltou.

Cultura investe no setor audiovisual da CPLP

Os Ministérios da Cultura de Brasil e Portugal vão investir no setor audiovisual da Comunidade dos Países de Língua Portuguessa (CPLP).Os recursos serão usados em três ações: DOCTV, FICTV e Nossa Língua. Durante o evento, foi anunciando a concessão de premiação em dinheiro aos países-membros da CPLP.

Ana Cristina Wanzeler leu o texto com que Marta Suplicy abriria a cerimônia. A ministra lembrou que no ano que vem serão celebrados os 40 anos de independência de diversos países africanos e que em 2016 serão comemorados 20 anos de criação da CPLP. “O programa vai permitir a retomada da pauta do audiovisual dentro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa”, destacou a mensagem.

Brasil e Portugal se comprometeram a aplicar o equivalente a R$ 10 milhões, sendo que governo brasileiro, por meio de gestões da Secretaria do Audiovisual e da Agência Nacional de Cinema vai liberar R$ 7 milhões para o programa no biênio 2015/2016. Portugal coloca 1 milhão de euros no programa que será coordenado pelo Instituto do Cinema e Audiovisual, numa parceria com a RTP, em Portugal, incluindo também as televisões públicas dos Estados-membros.

O DOCTV CPLP vai ser um documentário de 26 minutos em cada um dos países da comunidade lusófona. O FICTV , programa de fomento ao desenvolvimento produção e teledifusão de obras de ficção da CPLP, vai selecionar projetos dos países integrantes para um telefilme de 52 minutos. O Nossa Língua vai organizar uma faixa de programação semanal de 60 minutos determinada para a exibição de documentários de origem dos países da CPLP.

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