Costa destaca em Sines recorde de investimento direto estrangeiro em Portugal

Da Redação com Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, declarou que o investimento da Repsol vai permitir já em outubro ultrapassar o recorde de investimento direto estrangeiro alcançado em 2019.

“Com a assinatura deste contrato, alcançamos já o objetivo que nos tínhamos proposto de, neste ano de 2021, termos ultrapassado o recorde de investimento direto estrangeiro que tínhamos alcançado em 2019”, disse António Costa.

António Costa falava em Sines após a assinatura do contrato de investimento entre a Repsol e o Governo que prevê incentivos fiscais de até 63 milhões de euros a um projeto de 657 milhões de euros, apontado como “o maior investimento industrial” da última década.

“São duas boas notícias que ocorrem em outubro quando ainda estamos a dois meses do fecho do ano e onde seguramente a Repsol e o secretário de Estado da Internacionalização conseguirão ainda aumentar o máximo de investimento direto estrangeiro a atrair para Portugal ao longo deste ano”, adiantou.

Para o primeiro-ministro, este “é um sinal importante para a confiança no futuro da economia portuguesa” e da “capacidade de recuperação, mas também de transformação” da economia nacional.

Isto, indicou, deve-se a um conjunto de “fatores-chave” que o país soube “preservar”, como a valorização da posição geoestratégica, os índices de segurança de Portugal e a estabilidade financeira nacional.

“O reforço da capacidade do Porto de Sines, a ligação ferroviária de Sines à fronteira com Espanha, o desenvolvimento em perfil de autoestrada da ligação de Sines à autoestrada do Sul, valorizarão muito esta posição geoestratégica”, reforçou.

Segundo António Costa, Sines, continuará “a atrair novos investimentos”, não só na economia tradicional, mas também “na nova economia de dados”, dando o exemplo do primeiro cabo de fibra ótica que liga a Europa à América do Sul e África.

Contrato

Foi neste dia 13 que a Repsol e o Governo assinam o contrato de investimento no complexo de Sines, o “maior investimento industrial” da última década.

A cerimônia contou ainda com intervenções do ministro de Estado dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, do presidente executivo (CEO) da energética espanhola, Josu Jon Imaz, e do presidente, Antonio Brufau Niubó.

O investimento da Repsol “vai não só contribuir para a descarbonização da economia portuguesa, como vai focar-se nos objetivos de aumentar as exportações e diminuir as importações”, avançou à agência Lusa, na ocasião, o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias.

Em causa está um projeto de Potencial Interesse Nacional (PIN) para ampliação do Complexo Industrial de Sines da petrolífera Repsol, com a construção – prevista para arrancar este ano e terminar em 2025 – de duas novas fábricas de materiais poliméricos de alto valor acrescentado, 100% recicláveis, para as indústrias automóvel, farmacêutica ou alimentar, entre outras.

Segundo salientou o secretário de Estado, “estima-se que, em momento de cruzeiro, o impacto direto do projeto na balança comercial de bens poderá andar muito próximo dos 800 milhões de euros”.

De acordo com o governante, o projeto vai ainda “alargar a longevidade de uma instalação produtiva muito importante, que é o ‘site’ que a Repsol administra em Sines”, permitindo posicioná-lo “como uma infraestrutura moderna num setor que tem de contribuir para a descarbonização, já que a sua base é o combustível fóssil, é o petróleo”.

“Vai, em grande medida, iniciar um processo que permitirá que Portugal, desde o ponto de vista desta indústria, tenha uma infraestrutura que, claramente, deu um salto muito significativo no conjunto da União Europeia”, realçou.

Para Brilhante Dias, “mais do que o montante do investimento – que é muito relevante e, na área industrial, é provavelmente o maior nos últimos 10 anos – [o projeto] vai permitir o relançamento de uma unidade muito importante e de um grande exportador português”.

O secretário de Estado apontou ainda a criação prevista com o projeto de 75 novos empregos permanentes, a que a acrescem, durante a fase de construção, uma média de 550 postos de trabalho, que poderão chegar a um pico de mais de 1.000 pessoas.

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