Coronavírus: Brasil monitora 182 casos suspeitos da doença

Da Redação
com agencias

O Ministério da Saúde monitora 182 casos suspeitos de coronavírus no Brasil. Os dados foram repassados pelas Secretarias Estaduais de Saúde até esta sexta-feira (28) e demonstram o aumento da sensibilidade da vigilância da rede pública de saúde devido à inclusão de 15 países, além da China, que apresentam transmissão ativa do coronavírus. No total, 16 estados informaram o Ministério da Saúde sobre os casos suspeitos.

Os registros de casos suspeitos estão concentrados nos estados de São Paulo (66), Rio Grande do Sul (27), Rio de Janeiro (19), Minas Gerais (17), Santa Catarina (9), Paraná (5), Distrito Federa (5), Goiás (5) e Espírito Santo (2).

O secretário de Vigilância da Saúde do ministério, Wanderson Kleber de Oliveira, disse que a partir da próxima semana a pasta também divulgará os “casos prováveis” para incluir as pessoas que têm contato com casos já confirmados. Segundo Oliveira, nestes casos não será necessária a realização de exames laboratoriais para confirmação da doença, que poderá ser confirmada apenas por critérios clínico-epidemiológico.

Com esta mudança, os critérios para a definição de caso suspeito enquadram agora, as pessoas que apresentarem febre e mais um sintoma gripal, como tosse ou falta de ar e tiveram passagem pela Alemanha, Austrália, Emirados Árabes, Filipinas, França, Irã, Itália, Malásia, Japão, Singapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã e Camboja, além da China, nos últimos 14 dias.

Até o momento, 71 casos suspeitos de coronavírus já foram descartados em todo o Brasil, que permanece apenas com o de um caso confirmado da doença no estado de São Paulo. Para evitar a proliferação do vírus, o Ministério da Saúde recomenda medidas básicas de higiene, como lavar as mãos com água e sabão, utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lo no lixo. Evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas.

Todas as notificações de casos suspeitos no país foram recebidas, avaliadas e discutidas com especialistas do Ministério da Saúde, caso a caso, junto com as autoridades de saúde dos estados e municípios. Esses descartes aconteceram principalmente por causa do resultado positivo para outros vírus respiratórios.

Risco

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aumentou nesta sexta-feira para “muito elevado” o nível de ameaça do novo coronavírus, que já infetou cerca de 80 mil pessoas na China e mais de 5.000 no resto do mundo.

“Aumentamos agora a nossa avaliação do risco de propagação do Covid-19 e do risco de impacto para um nível global muito elevado”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa em Genebra, na Suíça.

Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou que os epidemiologistas da OMS acompanharam em permanência os desenvolvimentos da infeção por SARS-CoV-2, doença denominada Covid-19, e foi decidido aumentar a avaliação do risco de propagação e do risco de impacto do Covid-19 para o nível mais alto.

Avançou ainda que mais de 20 vacinas estão a ser desenvolvidas em todo o mundo e que vários produtos terapêuticos estão a ser testados, sendo os primeiros resultados esperados em “algumas semanas”.

Se a China era até há recentemente o único foco mundial do coronavírus, o risco multiplicou-se com o surgimento de novos casos em países como a Coreia do Sul, o Irão e a Itália. Segundo a OMS, cerca de 50 países estão agora afetados.

“O que estamos a ver agora são epidemias relacionadas com o Covid-19 em vários países, mas a maioria dos casos ainda pode ser atribuída a contactos conhecidos ou grupos de casos”, adiantou Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Segundo o responsável, “a chave para conter o novo coronavírus é quebrar as cadeias de transmissão”. Embora a OMS tenha aumentado o nível de ameaça internacional, não considera que sejam ainda uma pandemia.

Uma pandemia é uma situação em que “todos os cidadãos estão expostos”, o que não é o caso, disse aos jornalistas o diretor de programas de emergência da OMS, Michael Ryan.

“Se fosse uma epidemia de gripe, teríamos falado de uma pandemia”, mas no caso do novo coronavírus, “com medidas de contenção, o curso da epidemia pode ser interrompido de maneira significativa”, explicou Michael Ryan.

O Covid-19, detectado em dezembro na China e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou pelo menos 2.858 mortos e infetou mais de 83 mil pessoas, de acordo com dados reportados por meia centena de países e territórios.

Das pessoas infetadas, mais de 36 mil recuperaram. Além de 2.788 mortos da China, há registro de vítimas mortais no Irã, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.

Dois portugueses tripulantes de um navio de cruzeiros encontram-se hospitalizados no Japão, um dos quais com confirmação de infecção e o outro por indícios relacionados com o novo coronavírus.

A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irã.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) registou 52 casos suspeitos de infecção, 16 dos quais ainda estavam em estudo na quinta-feira.

Os restantes 36 casos suspeitos não se confirmaram, após testes negativos. Segundo a DGS, o risco para a saúde pública em Portugal mantém-se “moderado a elevado”.

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