Corais da Amazônia são próximo ponto de expedição para proteger oceanos

Da Redação

A organização ambiental Greenpeace está acompanhando de perto as negociações de um tratado dos Estados-membros das Nações Unidas para proteger a biodiversidade dos oceanos.

A brasileira Julia Zanolli participa da conferência intergovernamental que na sexta-feira fechará a penúltima de quatro rodadas sobre o que viria a ser o primeiro instrumento vinculativo sob a Convenção da ONU sobre o Direito do Mar.

Na ONU, Zanolli disse que, fora da conferência, uma expedição internacional apoia a aprovação desse tratado percorrendo as águas desde o Oceano Ártico até a Antártida. A meta é documentar as ameaças aos oceanos.

“A gente sabe que às vezes é um tema mais técnico, que está acontecendo talvez muito longe da vida das pessoas, e que é difícil criar ou gerar a atenção para esse assunto. Então, o Greenpeace está usando um dos seus navios, que é o Esperanza, para criar uma plataforma e gerar a atenção para esse assunto. A gente, em parceria com os cientistas, está investigando as principais ameaças que os nossos oceanos estão sofrendo desde plásticos, mineração em águas profundas, extração de petróleo e, claro, as próprias mudanças climáticas.”

Os corais da Amazônia serão a próxima parada do navio que recentemente partiu do mar de Sargaço, uma área que segundo Zanolli está “ameaçada por concentrações de microplásticos semelhantes às do Pacífico”

“É realmente muito chocante, e a nossa próxima parada vai ser nos corais da Amazônia que ficam ali na costa do Brasil e da Guiana Francesa, em que a gente está pedindo que empresas não explorem o petróleo ali na região porque têm um sistema único de corais que mal foi estudado. Um derramamento de petróleo ali poderia ter consequências terríveis, não só para a região, mas para toda a vida marinha ali.”

Segundo as Nações Unidas, o tratado global de oceanos abordaria questões como conservação e uso sustentável da diversidade biológica marinha em áreas que ultrapassam as jurisdições nacionais.

Para o Greenpeace, a expectativa é que o acordo ajude a proteger mais de 30% dos mares, pelo seu papel fundamental que estes têm na regulação do clima, em prol de milhões de pessoas que dependem do oceano para sobreviver e para se alimentar.

Peixes e outras espécies marinhas frequentemente confundem plásticos com alimentos, que, se ingeridos, podem ser fatais

Com o tratado global espera-se evitar o saque e a sobre-exploração de ecossistemas marinhos. As práticas nocivas incluem a pesca excessiva, a extração perolífera, a contaminação por plásticos e a mineração submarina que destroem os oceanos e esgotam recursos causando uma enorme perda de espécies marinhas.

Na semana passada, o ator Javier Bardem esteve nas Nações Unidas e em paralelo à conferência defendeu a responsabilidade de proteção dos oceanos pelos governos.

A mesma mensagem foi levada às ruas de Nova Iorque, onde o vencedor do prêmio Oscar disse que essa oportunidade deve ser aproveitada agora.

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