Da Redação
A Santa Casa de Misericórdia de Jacareí comemorou, em 22 de fevereiro, 168 anos de fundação. Para marcar a data, uma missa de ação de graças foi celebrada na capela do hospital, aberta ao público em geral.
Marcada pela emoção, a cerimônia religiosa, presidida por padre Messias Rochinski, contou com as presenças de funcionários e ex-funcionários, membros da Irmandade provedora da instituição, entre outras autoridades.
O Cônsul Geral de Portugal em São Paulo deslocou-se até a cidade para celebrar o aniversário da Santa Casa da Misericórdia, fundada em 1850 por iniciativa do médico e filantropo português Joaquim Moutinho dos Santos.
O cônsul Paulo Lourenço também foi recebido pelo Prefeito Izaías Santana e por representantes da Irmandade. E ainda visitou o Museu de Antropologia – Solar Gomes Leitão, que possui um expressivo acervo de “Paulistinhas”, imagens sacras e populares de pequeno porte em barro, produzidas por santeiros desde o séc. XVIII e provavelmente originários da região de Estremoz.
Na sua visita, o cônsul português destacou a importância do atendimento filantrópico. “O Brasil possui muitas ‘santas casas’ e todas são muito diferentes, mas, ao mesmo tempo, muito parecidas. Pois todas nasceram a partir do empreendedorismo e da solidariedade e têm, em sua história particular, o caráter filantrópico. Hoje o principal desafio da Santa Casa é, em sua relação com o SUS (Sistema Único de Saúde), preservar o caráter filantrópico”, avaliou.
A arquiteta Maria Luiza Porto Melo, membro da Irmandade da Santa Casa, justificou que a visita do cônsul geral de Portugal de São Paulo tem uma relação com a história do hospital. O prédio de 168 anos, foi construído e projetado pelo português Moutinho dos Santos: “Esse português chegou ao Brasil, onde constituiu família e construiu a Santa Casa. Aqui temos imagens sacras vindas de Portugal e a padroeira é Santa Isabel, uma santa portuguesa”.
Contando com papel de muitos portugueses na constituição destas pioneiras instituições de solidariedade social, as Santas Casas são ainda hoje um legado do que foi a primeira rede prestação de cuidados de saúde.
Números de 2018
Elisete Sgorlon, superintendente da Santa Casa, afirma que os resultados de 2017 são um verdadeiro presente para este novo ano. “Desde o ano passado a Santa Casa tem obtido melhoras expressivas e estamos, com o apoio da Prefeitura, dos funcionários e de voluntários, dando uma nova cara para esse importante e histórico hospital na cidade”.
No início de 2017, o hospital possuía um déficit financeiro de R$ 600 mil. No início de 2018, esse valor passou a ser de R$ 300 mil. O montante representa dívidas herdadas e acordos trabalhistas passados, uma vez que com os valores repassados mensalmente pela prefeitura, o hospital custeia todos os procedimento e serviços em dia.
Melhorias no atendimento e acolhimento dos pacientes e acompanhantes também foram sentidas “na pele”. Foram ampliados os canais para pesquisa de satisfação, melhorando a comunicação com os pacientes e familiares.
“A história da Santa Casa caminha junto com a história da cidade e tem cuidado dos jacareienses e de outros munícipes da região com muito zelo e amor, apesar das dificuldades. Oferecer um atendimento cada vez melhor sempre foi nosso objetivo, desde quando assumimos a gestão da Prefeitura, no início de 2017. Estamos no caminho certo”, comemora a secretária de Saúde, Rosana Gravena.
Apesar de ser um projeto fundado pela irmandade, o hospital está sob intervenção da Prefeitura desde 2003.
A Santa Casa de Jacareí, na Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, fica a uma distância de 80 quilômetros da capital paulista.