Da Redação
Com Lusa
O Conselho de Ministros aprovou o novo acordo-sede entre Portugal e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que permite àquela organização vários benefícios, nomeadamente em termos fiscais.
De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros deste dia 06, “foram aprovadas quatro propostas de resolução e três decretos relativos à aprovação” de vários “acordos internacionais”, entre os quais o já assinado “entre a República Portuguesa e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa que revê o acordo referente ao estabelecimento da sede da comunidade em Portugal”.
O acordo segue agora para a Assembleia da República, explicou à Lusa fonte oficial da CPLP, para aprovação, mas não necessita de ser submetido à conferência de chefes de Estado e de Governo da organização.
O Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa já tinha aprovado, dia 09 de dezembro, um novo acordo-sede com Portugal, que permite à organização várias poupanças, nomeadamente em impostos e taxas.
Na sequência desta aprovação em Conselho de Ministros daquela organização, Portugal e a CPLP assinaram a 18 de dezembro o novo acordo sede, que revoga o assinado há 25 anos entre as duas partes, e que dá à comunidade direitos iguais aos de outras organizações internacionais que instalaram a sua sede no país posteriormente.
Segundo uma nota da CPLP, na altura, o acordo foi assinado em Lisboa pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, e o secretário-executivo da CPLP, Francisco Ribeiro Telles.
“Um acordo mais justo para a CPLP”, que passa a ter direitos e deveres iguais aos de outras organizações internacionais também com sede em Portugal, considerou o secretário-executivo, Francisco Ribeiro Telles, em declarações à Lusa nas vésperas do Conselho de Ministros da CPLP, referindo que aquele acordo, não tem, porém, efeitos retroativos.
“A CPLP vai fazer 25 anos, é uma organização que está sediada em Lisboa, talvez das mais antigas. Posteriormente, já outras se instalaram em Portugal e estabeleceram com o Estado hospedeiro um acordo que prevê uma série de disposições”, não aplicadas à CPLP, explicou.
“Portanto, o que se trata neste novo acordo sede é de atualizar aquilo que foi assinado há 25 anos entre o Estado [onde fica a sede da organização] e a CPLP, de forma a que esta possa vir a ter os mesmos direitos e os mesmos deveres que as outras organizações internacionais sedeadas em Lisboa”, afirmou.
Alguns dos direitos que a CPLP passa a ter é o de isenção de taxas e impostos.
“Fica isenta de impostos diretos e indiretos e de taxas alfandegárias”, o que representa poupanças significativas, reconheceu Ribeiro Telles, que indicou, no entanto, que o valor das mesmas ainda não está calculado.
Ainda na altura o diplomata recordou que, quando assumiu o cargo, uma das coisas que lhe foi transmitida, quer pela sua antecessora, a são-tomense Maria do Carmo Silveira, quer pelo anterior secretário-executivo, o moçambicano Murade Murargy, foi que se poderia fazer alguma coisa em relação à negociação de um novo acordo sede com Portugal, um assunto no qual tinham batalhado durante os seus mandatos, mas sem sucesso.
A ideia passada a Ribeiro Telles pelos seus antecessores era que talvez com um secretário-executivo português houvesse “melhores condições para avançar” e “avançou”, explicou o diplomata.
10a. Economia
Os nove países de expressão oficial portuguesa seriam a décima maior economia do mundo, valendo 1,8 biliões de dólares, ficando abaixo do Canadá e acima da Coreia do Sul, numa lista liderada pelos Estados Unidos.
De acordo com a base de dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), a junção do Produto Interno Bruto (PIB) de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste daria uma riqueza de 1,8 biliões de dólares, equivalente a cerca de 1,5 biliões de euros.
Entre as economias lusófonas, o Brasil é, de longe, a maior, com um PIB avaliado em 1,4 biliões de dólares, o que compara com os 257 mil milhões de dólares de Portugal, a segunda maior economia lusófona, e com os 485 milhões de São Tomé e Príncipe, a mais pequena.
De acordo com as previsões do FMI, o valor destas economias vai crescer 9,1% no próximo ano, chegando ao final de 2022 com uma riqueza total de 2,014 biliões de dólares, equivalentes a 1,65 biliões de euros.
Acima da economia lusófona estão os Estados Unidos, com 22 biliões de dólares, a China, com 16 biliões, e depois Japão, Alemanha, Reino Unido, Índia, França, Itália e Canadá.