Conselho das Comunidades diz que há indicadores que apontam para aumento da emigração

Da Agencia Lusa Portugal

O presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas, Carlos Pereira, disse hoje à Lusa que apesar de não existirem números, há indicadores que apontam para um maior número de emigrantes portugueses na Europa.

"Não há números, há indicadores. Vivo em Paris e basta-me ir à rua para ver passar muitos carros com matrícula portuguesa", disse, adiantando que nos "últimos quatro, cinco anos se nota um crescimento impressionante de automóveis portugueses".

O Diário de Notícias refere hoje que o número de emigrantes portugueses aumentou 52,6 por cento entre 2006 e 2007 para os principais países de destino europeu, de acordo com dados do relatório Internacional sobre Migrações de 2007 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento econômico (OCDE), que será divulgado em Junho.

No entanto, fonte da Secretaria de Estado das Comunidades afirmou à Lusa que não há estudos que sustentem o alegado crescimento da emigração portuguesa.

Carlos Pereira contou à Lusa que passou os últimos quatro dias na Córsega e que ficou "impressionado com o número de portugueses".

"É incrível o número de portugueses que chegam à Córsega. Vem sobretudo de Vila do Conde e Póvoa do Varzim. Vêm trabalhar nas obras para arranjar dinheiro para pagar créditos que contraíram em Portugal e que não conseguem suportar", referiu.

O presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas contou ainda que teve a sensação de um recuo no tempo, para a altura da vaga de emigração, há 35, 40 anos atrás.

Carlos Pereira disse ter vindo "perturbado" com as "situações complicadas" que encontrou por parte dos portugueses.

Este responsável referiu à Lusa que se tem notado um maior afluxo de portugueses para Londres (Inglaterra), Suíça, França e Espanha, lembrando que em Andorra, a comunidade portuguesa é já a primeira, em número.

Contatada pela Lusa, a secretaria de Estado das Comunidades referiu que não há dados sobre a emigração, situação que o governo espera colmatar com a criação, terça-feira, do Observatório da Emigração, cujo objetivo é fazer a história deste fenômeno e recolher estatísticas fiáveis.

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