Conselho das Comunidades contra limitação de mandatos e atribuições propostas pelo PS

Foto: O primeiro-ministro, António Costa (C), acompanhado pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro (C-D), e por Flávio Martins (C-E), presidente do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), durante uma reunião com Conselheiros das CCP realizada no Palácio de S. Bento, Lisboa, 07 de maio de 2019. ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Da Redação com Lusa

O Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) manifestou-se hoje contra duas propostas do projeto de lei do PS sobre a reorganização deste órgão, nomeadamente sobre a limitação de mandatos e a definição de atribuições.

Em comunicado assinado pelo presidente do Conselho Permanente do CCP, Flávio Martins, este órgão recorda que a alteração à lei que o regulamenta (Lei 66-A) é aguardada desde 2019 e que, desde então, “este órgão apresentou concretamente as suas propostas acerca de temas fundamentais, nomeadamente na estruturação do CCP, de modo a que possa funcionar plenamente”.

Após sucessivos atrasos – as últimas eleições do CCP realizaram-se em 2015 e as previstas para 2019 foram sucessivamente adiadas, estando agora previstas para este ano – existem duas propostas, uma do PSD, apresentada em novembro, e a do PS, apresentada nos últimos dias e que irá a plenário no próximo dia 03 de março.

As duas propostas convergem, por exemplo, no aumento para 90 conselheiros (atualmente são 80), apesar de o CCP propor um aumento para 100.

Sobre a “proposta do grupo maioritário na Assembleia da República”, o CCP identifica algumas “lacunas”, considerando que o PS “poderia ter avançado mais” em várias áreas, e aponta a sua oposição a duas propostas.

O CCP não concorda com “a limitação de mandatos” defendida pelos socialistas, considerando que “confunde o exercício autarca ou do executivo local com uma função de aconselhamento (inerente ao CCP) de quem lida pelas comunidades e nem tem qualquer poder executivo ou legislativo”.

“Qual seria a justificação para isto”, questiona o CCP.

Por outro lado, também está contra a existência de “atribuições de quem é funcionário de Governos ou mesmo de Estado, repassando-as ao CCP, o que extrapola novamente a natureza jurídica deste mero órgão de aconselhamento e dos seus integrantes”.

O conselho refere-se, nomeadamente, ao artigo do projeto de lei do PS que determina como atribuição deste órgão a elaboração de “um relatório, por país, com os elementos descritivos da situação da comunidade portuguesa, incluindo a referência ao número de associações, órgãos de comunicação social, situação do ensino e serviços consulares, situação econômica e social, entre outros elementos relevantes para o conhecimento da comunidade”.

O CCP disponibiliza-se para “participar, colaborar, com o diálogo e com a defesa das suas propostas” que constam em duas resoluções (2019 e 2022) e encaminhou um pedido neste sentido à Segunda Comissão da Assembleia da República.

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