Condecorações no 111.º aniversário da Guarda Nacional Republicana em Lisboa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (C), passa revistas às forças em parada, durante a cerimónia de comemoração do 111.º aniversário da Guarda Nacional Republicana (GNR) na Praça do Império, em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, 03 de maio de 2022. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (C), passa revistas às forças em parada, durante a cerimónia de comemoração do 111.º aniversário da Guarda Nacional Republicana (GNR) na Praça do Império, em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, 03 de maio de 2022. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Mundo Lusíada com Lusa

O Presidente português atribuiu nesta terça-feira à Guarda Nacional Republicana (GNR) o título de membro-honorário da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, que afirmou ser símbolo de gratidão e confiança.

A condecoração foi atribuída durante a cerimônia comemorativa do 111.º aniversário da GNR, em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, que contou com a presença do primeiro-ministro e dos ministros da Administração Interna e da Defesa Nacional.

“Vou impor no vosso estandarte nacional a insígnia de membro honorário da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito. Assim cumpro compromisso assumido quando condecorei o Estado-Maior-General das Forças Armadas, a Armada, o Exército e a Força Aérea com o mesmo exato título da mais relevante condecoração portuguesa”, anunciou.

De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, esta condecoração é símbolo “de gratidão e de confiança do Presidente da República, de gratidão e de confiança de todos os portugueses, ontem, hoje e sempre” nesta força de segurança de natureza militar.

O chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas referiu que este título de membro-honorário “representa uma elevação honorífica para a GNR”, que já tinha “desde 1934 o grau de grande-oficial da mesma ordem” militar da Torre e Espada.

“Título que é dado, já não em ditadura, mas em democracia. Título que agradece toda a vossa história de 111 anos, mas em particular a vossa abnegação nos anos críticos da pandemia, a vossa presença, a vossa entrega, a vossa disponibilidade, a vossa humanidade, a vossa coragem, a vossa proximidade, o vosso serviço aos portugueses e, portanto, a Portugal”, acrescentou.

Novos guardas

O ministro da Administração Interna anunciou que vão ser admitidos este ano na GNR 1.600 novos militares, considerando que o rejuvenescimento das forças de segurança é a via para os “elevados níveis de prontidão” nas polícias.

“Uma ação governativa que também não esquece o rejuvenescimento do capital humano das nossas forças de segurança, na medida em que somente por esta via será possível que estas mantenham elevados níveis de prontidão”, disse José Luís Carneiro.

Nesse sentido, o ministro afirmou que o “esforço de rejuvenescimento” das forças de segurança vai permitir receber mais de 1600 guardas durante este ano, “depois dos mais de 3.100 já recrutados e formados desde o ano de 2015”.

No seu discurso, o governante garantiu também que é compromisso do Governo “tudo fazer para continuar a dotar” a GNR “com os meios adequados” para o cumprimento da missão, dando continuidade “a tudo o que tem vindo a ser feito através da Lei de Programação de Infraestruturas e Equipamentos das Forças e Serviços de Segurança do Ministério da Administração Interna”.

“Recordo que, com a publicação desta Lei, foi possível programar e realizar investimentos com uma dimensão sem precedentes, designadamente em infraestruturas, viaturas, armamento, equipamentos de proteção individual e tecnologias de informação e de comunicação”, precisou, frisando que “foi já possível garantir a renovação do edificado nos mais diversos pontos do território nacional”.

Fazendo um balanço da Lei de Programação de Infraestruturas e Equipamentos das Forças e Serviços de Segurança, o ministro especificou que foram entregues mais de 2.100 veículos, 25.300 armas e acessórios, perto de 40 mil equipamentos de proteção individual, 22 mil equipamentos de apoio à atividade operacional e mais de 2.100 equipamentos para funções especializadas, tais como radares e equipamentos para investigação de acidentes rodoviários, para a investigação criminal e para a inativação de explosivos.

Também no seu discurso, o comandante-geral da GNR, Rui Clero, afirmou que a Guarda Nacional Republicana “necessita de efetivos”, considerando que “a autorização para a incorporação de 1.600 guardas provisórios e o ingresso de 92 guardas-florestais durante este ano são um sinal” de que a voz da corporação foi ouvida.

Rui Clero condenou também as agressões aos agentes de autoridade, sustentando que “é incompreensível que agentes da autoridade percam a vida de forma leviana ou sofram consequências para a sua integridade física”.

Segundo o comando-geral da GNR, em 2021 foram cometidos 990 crimes contra a Guarda, dos quais resultaram consequências para 267 militares.

Rui Clero destacou ainda que está “em curso o processo de transição da estrutura superior de comando da Guarda com as promoções a oficial general de oficiais da GNR, bem como o início do desempenho das inerentes funções de comando e direção”, considerando que se trata de um “momento histórico” a entrega hoje das espadas aos novos brigadeiros-generais.

Este processo significa que este oficiais podem chegar ao topo da hierarquia desta força de segurança.

A chegada de oficiais formados na GNR e o fim dos generais do Exército a comandar a Guarda Nacional Republicana é uma das mais antigas ambições dos militares desta força de segurança.

A cerimônia dos 111 anos da GNR foi presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, e ministra da Defesa, Helena Carreiras.

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