Concerto encanta público em Santos em última apresentação no Brasil

Para José Cesário, falta aposta em projetos diferenciados e que possam também fugir do tradicional português nas comunidades.

 

RecitalTocandoPortugal_Santos

Mundo Lusíada

Regado a muitos elogios, aconteceu na noite de 17 de abril, no Centro Cultural Português de Santos, o espetáculo “Tocando Portugal – recital quase um Doc”, um concerto multimídia concebido e interpretado pelo “Rumos Ensemble”, que junta música portuguesa, depoimentos e vídeos passando por diversas regiões de Portugal, como Algarve, Minho, Ribatejo, Trás-os-Montes, Alentejo, Beiras, Lisboa, Porto, até Açores e Madeira.
Ao Mundo Lusíada, o cônsul-honorário Armênio Mendes falou sobre o evento trazido a Santos, depois de passar por São Paulo e Rio de Janeiro. “Este é um concerto diferenciado, onde temos uma visão de quase todo Portugal, e tinha pessoas defendendo a sua região, que é isso que cada português faz. A partir do momento que vemos essas imagens e vemos o depoimento das pessoas em cada uma dessas regiões, passamos a ficar mais portugueses ainda. Eu confesso que tenho 70 anos de idade e tantas coisas foram apresentadas nesse painel de coisas que eu não conheço, eu vou lá todo ano e achava que conhecia Portugal de norte a sul, mas não conhecemos não”.
Segundo o cônsul, levar o recital para outros países onde se concentram comunidades portuguesas, reunindo não apenas portugueses mas pessoas locais, também é uma forma de vender turisticamente Portugal. “É um país bonito, com uma arquitetura antiga, são mostradas várias obras antigas que foram preservadas, mas depois de vermos o vídeo vemos quanto a comunidade portuguesa era arrojada naquela época. Aquilo que vimos no filme vemos espalhado pelo mundo, e aqui está um exemplo disso que é o Centro Cultural Português, o salão camoniano se identifica com o espetáculo que nos foi apresentado. Tudo isso cativa os portugueses que já não vão ao seu país, filhos de portugueses que até procuram viajar para outros países e não procuram conhecer suas raízes, esse trabalho levando o espetáculo ao mundo certamente vai trazer resultados para Portugal, em termos de imagem e turismo. Estão de parabéns quem desenvolveu, e também a secretaria de Estado das Comunidades que viu a importância do espetáculo e a necessidade de levá-lo ao mundo e a nossa gente”, finalizou Armênio Mendes.
Também o presidente da casa José Duarte Alves comentou sobre uma programação diferenciada para marcar o 22 de Abril – Dia da Comunidade Luso-Brasileira. “Realmente foi uma surpresa muito grande este espetáculo maravilhoso com diversas regiões de Portugal, de norte a sul incluindo Açores e Madeira, e isso para nós foi uma enorme satisfação, porque estamos aqui numa reforma do Centro Cultural Português, e nosso objetivo é resgatar as tradições, a cultura, memória, a música, e não poderia ser mais espetacular do que sermos brindados pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, com apoio do nosso Consulado Honorário, e realização do Centro Cultural Português e do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira” diz Duarte agradecendo nominalmente o secretário José Cesário, e os músicos criadores do “Tocando Portugal”.
“Em boa hora este recital veio para o Salão Camoniano, gostaria muito de poder rever este espetáculo no nosso teatro porque é um local maravilhoso também, mas infelizmente por causa de entraves burocráticos (com o Corpo de Bombeiros) fomos impedidos de levar este espetáculo. O Centro Cultural Português vai lutar por isso e espero que em breve consiga, e este é apenas o primeiro de uma série de muitos espetáculos que vamos realizar aqui” diz o presidente Duarte. Confira as fotos do concerto AQUI>>

Projetos diferenciados
Ao Mundo Lusíada, José Cesário declarou na primeira apresentação em que esteve presente que o espetáculo, “diferente do habitual”, concilia a cultura portuguesa, imagens multimídia de Portugal e a música com piano, clarinete e violino. “Esperamos que as pessoas gostem e que sirva sobretudo para chamar novos públicos e mostrar coisas diferentes que se faz em Portugal” diz Cesário citando que o apoio do governo foi com intuito de levar às comunidades um projeto diferenciado, chamando atenção de artistas locais para também promoverem projetos contemporâneos sobre a cultura do país.
“Este é um tipo de projeto que atinge o público tradicional das nossas comunidades, o emigrante, interessa também ao jovem luso-descendente que nasceu fora de Portugal, e também a cidadãos locais” comenta Cesário citando ainda a participação destes três músicos portugueses de grande prestígio no país que envolveram pela primeira vez a cultura mais tradicional portuguesa.
Para Cesário, falta aposta em projetos diferenciados e que possam também fugir do tradicional português nas comunidades. Além do folclore e música popular, destaca outras vertentes, como a música clássica. “Temos a área multimídia que hoje se faz coisas fantásticas em Portugal, temos o moderno cinema português de grande categoria, então por vezes as pessoas não contatam com essas diferentes realidades culturais do país. E talvez se contatarem conseguimos atrair mais gente”.
Sobre atividades fora do eixo Rio-São Paulo, como em outras capitais brasileiras, o secretário de Estado comenta que depende das iniciativas locais levar espetáculos como esse, já que o governo apoia as promoções desenvolvidas por entidades locais.

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