Comunidades portuguesas no exterior são um ativo estratégico do país

Mundo Lusíada
Com Lusa

Em visita ao Brasil, a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, defendeu que as comunidades portuguesas no exterior são um ativo estratégico para o desenvolvimento do país e para a internacionalização do território.

“As nossas comunidades são um ativo estratégico para o desenvolvimento do nosso país e é muito importante que nós estreitemos esta relação com elas”, disse Berta Nunes, durante evento na Casa de Portugal, na capital paulista.

Berta Nunes lembrou que o estreitamento da ligação do Governo com as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo é positivo não só porque muitos dos investidores que levam dinheiro para Portugal são pessoas que estão na diáspora, mas também porque a imagem do país no exterior e até mesmo a internacionalização do território português passa pelas comunidades.

“Eles próprios [portugueses que emigraram] apreciam isto, sentir o Governo de Portugal próximo e também, por outro lado, reconhecendo o esforço destas pessoas que saíram de Portugal porque nos países para onde foram, na sua grande maioria, são pessoas que tiveram muito sucesso, trabalhando, correndo riscos, e, de facto, são um exemplo positivo do que qualquer cidadão português poderá fazer”, acrescentou.

A secretária de Estado lembrou que desde que tomou posse do cargo já havia declarado que seu mandato será de proximidade.

“Eu quero estar com as comunidades, quero ouvir as pessoas, e as instituições. Quero saber o que nós como Secretaria de Estado podemos fazer para aumentar a ligação das comunidades com Portugal”, explicou.

No encontro em São Paulo, o presidente da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo, Manuel Magno Alves, declarou que as principais reivindicações que levou à representante do Governo referem-se ao atendimento no Consulado.

“As demandas da comunidade brasileira, principalmente aqui no estado de São Paulo, são muito grandes e muito importantes. Temos hoje alguns problemas que se refletem na comunidade em termos de tratamento no Consulado-Geral de São Paulo. Não reclamamos do atendimento em si, mas na dificuldade de agenda”, explicou.

“Essa é uma demanda recorrente da comunidade como um todo, dos serviços prestado pelo Consulado e que também dependem do Governo de Portugal”, acrescentou.

Sobre os serviços prestados pelo Governo português na maior cidade do Brasil, a Secretária de Estado das Comunidades reconheceu que em relação ao atendimento aos cidadãos e lusodescendentes, seja na questão dos pedidos de nacionalidade, passaportes e pedidos de cartão cidadão, há problemas.

“Há realmente alguns problemas, mas estamos neste momento a trabalhar para os resolver e diminuir tempos de espera no atendimento no Consulado. Depois, vários destes documentos têm que ir a Portugal e também há ali um tempo de espera que não depende do Consulado diretamente”, afirmou Berta Nunes.

“Vamos ter muito em breve um reforço exatamente para ajudar a tratar rapidamente pedidos pendentes de cartão de cidadão, nacionalidade e passaporte no caso de brasileiros. Temos aqui um excesso de trabalho e de procura em termos de vistos e passaportes. Temos também muitos estudantes querendo estudar em Portugal e nos foi relatado um certo atraso nos vistos (…) Estamos a acompanhar e queremos melhorar todo este atendimento”, completou.

Sobre questões internas do Consulado-Geral de Portugal em São Paulo, a secretária das Comunidades concluiu reconhecendo que há dificuldades no que diz respeito aos vencimentos dos funcionários, mas afirmou que já conversou com a equipe para resolver esta questão.

Após a visita a São Paulo, Berta seguiu no domingo para encontro com a comunidade portuguesa em Santos, na baixada santista.

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