Mundo Lusíada
Com agencias
O ministro português dos Negócios Estrangeiros declarou que a expulsão de dois a três milhões de imigrantes ilegais anunciada por Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos a partir de 2017, é uma questão interna norte-americana, mas observou que “lógicas de deportação em massa” vão contra os valores da UE.
Segundo Augusto Santos Silva não há dificuldade específica para a comunidade portuguesa. “A comunidade portuguesa nos Estados Unidos está muito bem enraizada. O contributo dessa comunidade para a economia e sociedade norte-americana é reconhecida por todos, por isso não antecipo nenhuma dificuldade”, declarou.
Cerca de 3 mil pessoas se manifestaram em Lisboa, numa ação que ocorreu também em outros países, Em Portugal os imigrantes exigem uma alteração da Lei de Imigração para resolver o problema de cerca de 30 mil estrangeiros que vivem no país, mas sem autorização de residência, apesar de trabalharem no país, fazerem descontos para a Segurança Social e pagarem impostos. Os responsáveis do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras – que tem registados 388 731 imigrantes legais – justificam que estão a “aplicar a lei” de 2007 e que, nestes nove anos, foram legalizadas 80 mil pessoas.
Centenas de imigrantes estiveram dia 13 de novembro concentrados junto ao Centro Comercial da Mouraria, em Lisboa, para pedirem a legalização em Portugal. Esta manifestação, no entanto, ficou marcada por um segundo protesto contrário, de algumas dezenas de elementos ligados ao PNR – Partido Nacional Renovador.
O PNR marcou para o mesmo local o seu protesto, que tem como lema contra a “invasão de imigrantes, por uma justiça social para os portugueses”. Elementos do PNR estiveram concentrados numa outra ponta da Praça do Martim Moniz, tendo a Polícia montando um cordão para os separar dos imigrantes em manifestação.
O presidente da Câmara de Lisboa criticou este protesto e “provocações” que merecem “repúdio e rejeição de todos os democratas”. “Lisboa é uma cidade que se orgulha do seu cruzamento de culturas, cores e credos. É uma cidade aberta e tolerante e assim continuará a ser”, divulgou Fernando Medina.
Acordos ou Não
Donald Trump também prometeu rever as contribuições do país para a ONU e abandonar o Acordo de Paris sobre o clima.
O próximo secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou em Madrid que espera “encontrar formas de manter a cooperação” com a nova administração dos Estados Unidos, “um parceiro fundamental do sistema das Nações Unidas”.
O presidente dos EUA, Barack Obama, que iniciou uma visita à Grécia naquele que é seu último compromisso no estrangeiro como chefe de Estado norte-americano, declarou que a desigualdade é “neste momento um dos maiores desafios para a democracia”. Em Atenas, considerada como o berço da democracia, o chefe de Estado norte-americano salientou ainda que a democracia nos Estados Unidos “é maior do que qualquer pessoa” e que por isso é importante garantir uma “transição pacífica do poder”.