Presidente Marcelo cumpre promessa no Real Hospital Português de Recife no final da visita ao Brasil

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Mundo Lusíada
Com Lusa

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, encerrou na segunda-feira uma visita oficial de seis dias ao Brasil com a comunidade portuguesa do Recife, onde cumpriu a promessa de visitar o Real Hospital Português.

“Eu prometi que viria, disse mesmo qual o dia em que viria”, contou o Chefe de Estado, no hospital fundado há 160 anos para tratar as vítimas da epidemia de cólera que assolava o país e que oferece hoje, frisou, “qualidade ímpar no Brasil e em toda a América do Sul”.

O convite tinha sido feito há dois meses pelo provedor da instituição, Alberto Ferreira da Costa, um empresário da construção civil de Vila do Conde que chegou ao Recife “muito jovem, num tempo em que não havia sequer a categoria social de jovem”, e, com “devoção e espírito de sacrífico, percorreu um longo caminho, que fez dele um exemplo na vida profissional”.

“Mas quis ser mais do que isso, não apenas um grande empreendedor, não apenas um grande construtor de riqueza, quis partilhar aquilo que tinha conseguido conquistar na vida com os outros e devotou-se, faz quase 30 anos, a esta obra”, declarou o Presidente, com uma tela do Rei D. Carlos por detrás.

Marcelo entregou ao Real Hospital Português o título de Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique, “uma ordem criada para significar a projeção da presença de portugueses e luso-descendentes”, e ao seu responsável o grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito.

O Real Hospital Português expandiu-se muito além da ala histórica, com capela e biblioteca com pinturas de monarcas portugueses, onde decorreu hoje a cerimónia, oferecendo atualmente 800 camas, 20 mil atendimentos mensais nas urgências e mais de dois mil internamentos.

Com investigação na área do vírus Zika, e também em oncologia, o hospital emprega diretamente 5 mil pessoas distribuídas por 60 serviços especializados e três laboratórios.

Do Real Hospital, Marcelo seguiu para o Real Gabinete de Leitura de Pernambuco, uma instituição que, à semelhança do Real Gabinete Português de Leitura no Rio de Janeiro, foi fundada por portugueses poucos anos após a independência do Brasil, para ser um centro cultural para todos.

Na sala de pilares clássicos, forrada a livros antigos com estantes de madeira escura, o Presidente quebrou o protocolo que dita que um Chefe de Estado só recebe condecorações no estrangeiro de outro Chefe de Estado para receber o Colar da Comenda Luís Vaz de Camões.

Ao receber a condecoração, anunciou outra: entregará ao Real Gabinete a mesma distinção hoje atribuída ao Hospital, a de membro honorário da Ordem do Infante D. Henrique.

Na cerimónia, a última do embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Ribeiro Telles, que assumirá o posto em Roma, estiveram mais de 200 pessoas, entre as quais o cantor e compositor Fernando Tordo, que ali reside.

O músico, que emigrou em 2014, aos 65 anos, para o Brasil, já tinha estado com o Presidente no Rio de Janeiro, onde Marcelo Rebelo de Sousa o cumprimentou calorosamente e lhe disse para estar também presente em Recife.

O Presidente da República termina na capital do Estado do Pernambuco, onde residem cerca de 4 mil portugueses e pelo menos 15 mil pessoas têm ligações familiares a Portugal, uma visita de seis dias ao Brasil, enquadrada nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Marcelo passou também por São Paulo, onde avançou a possibilidade de o Dia de Portugal se celebrar no Brasil.

Ao final, o presidente também felicitou a judoca Telma Monteiro pela medalha de bronze nos Jogos Olímpicos, manifestando o desejo de que esta seja apenas “a primeira de muitas”, no Rio2016. “Deixem-me aproveitar a ocasião para dizer da alegria da primeira medalha olímpica portuguesa. Essa medalha olímpica de bronze, espero que seja o começo de outros sucessos, já que este ocorre no começo das Olimpíadas”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

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