No Pará, Assembleia realiza solenidade em homenagem aos 150 anos do Grêmio

Foto Oséas Santos

Da Redação
Com Alepa

A Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) realizou na segunda-feira, dia 25, uma Sessão Solene em homenagem aos 150 anos do Grêmio Literário e Recreativo Português. Como parte da programação das comemorações, a sessão foi realizada por requerimento do presidente do Legislativo paraense, deputado Márcio Miranda, também pelo deputado Sidney Rosa e foi aprovado por unanimidade pelo parlamento estadual. “Essa é uma sessão importante porque é um momento de reconhecimento da história e da importância dessa entidade, que se mantém viva por mais de um século, o que é bastante difícil e também cumpre um papel importante, que é o de manter o elo de nosso estado com Portugal”, destacou o presidente Márcio Miranda.

O deputado Sidney Rosa também destacou a importância da homenagem, em especial pela dificuldade de se manter viva por tanto tempo uma instituição privada e também pela importância da sociedade paraense conhecer a sua história. “O Grêmio foi criado em 1867, bem no meio do império brasileiro e é simbólico que, em 2014, nós tenhamos religado os laços do estado do Pará com Portugal, com a efetivação do vôo da TAP saindo direto de Belém para Portugal” lembrou ele que trabalhou para essa concretização como deputado licenciado, como secretário de Estado de Desenvolvimento. “E vemos que foi um sucesso, já que a gente pode constatar que os vôos estão lotados e o nosso desafio agora é encher os porões do avião com produtos que possam ir daqui para lá e vir de lá para cá. E o Grêmio retrata toda uma história forte de ligação do Pará com Portugal e que nunca vai se apagar”, destacou o deputado.

O presidente do Grêmio Literário e Recreativo Português, Alírio Gonçalves destaca que no ato da criação da instituição também foi criada a sua biblioteca que, segundo ele, é a terceira maior do país e possui 36 mil volumes, um patrimônio que reúne, entre outras coisas, 460 volumes de obras raras (338 títulos), que datam dos séculos XVI, XVII e XVIII.

Um dos destaques dessas obras raras é o livro “Phila”, o mais antigo e editado em 1528; o “Tutte Le Opere – Machiavelli”, de 1550; “Dom Quixote de la Mancha”, de Miguel de Cervantes Saavedra, de 1723; além de livros escritos à mão por Camões e de escritos originais de Pero Vaz de Caminha. “São 150 anos e isso engrandece muito tanto o Grêmio quanto a cidade porque na sua sede, na rua Manoel Barata, onde também funciona a biblioteca Fran Pacheco, podemos mostrar nossa atuação cultural, além de entretenimento. Além disso, temos 220 mil metros quadrados de área verde”, destacou o presidente do Grêmio, citando a sede social e a campestre.

Durante a Sessão Solene, o presidente da Alepa anunciou que irá protocolar na Sessão Ordinária desta terça-feira, 26, um Projeto de Lei que vai declarar o Grêmio Literário e Recreativo Português como uma entidade de utilidade pública. O documento foi assinado pelos deputados Márcio Miranda e Sidney Rosa.

HISTÓRIA – O Grêmio Literário e Recreativo Português foi criado em 1867. Em 1868 a sede foi transferida para o Largo da Independência, hoje Praça D. Pedro II, mais conhecido por Largo do Palácio. A Sede Social permaneceu nesse local até o ano de 1906, quando foi inaugurado o Edifício da Sede própria, na Rua Senador Manoel Barata. A inauguração da Sede Social do Grêmio constitui um dos grandes acontecimentos da Colônia Portuguesa no Pará. O novo edifício que depois de concluído e decorado ficou em 120 contos de réis, é constituído de três pavimentos. A vistosa escadaria dividida em dois lances tanto do térreo para o primeiro andar, como deste para o segundo dão um aspecto importante ao interior do edifício.

No salão nobre foram pintados de corpo inteiro os retratos de duas grandes figuras da Poesia e do Teatro em língua portuguesa – Luis de Camões e Gil Vicente. No outro salão lateral, o artista Irineu de Sousa pintou também a corpo inteiro os retratos do Santo Condestável Nuno Álvares Pereira, o Duque Saldanha e do Infante D. Henrique tendo a seu lado o globo terrestre e a divisa “TALENT DE BIEN PAIRE”.

Em retrato tipo Medalhão, vêem-se o Marquês de Pombal, o Príncipe Perfeito, Mouzinho de Albuquerque e outras figuras da Historia de Portugal. Nos salões do 2º andar foi instalada a biblioteca com vistosas estantes de madeiras paraenses. No “hall” de entrada do edifício, foram colocados dois grandes painéis de azulejo azul e branco, também vindos de Portugal. Um, constitui o retrato da Universidade de Coimbra, o outro, reproduz a célebre tela do pintor brasileiro Victor Meireles – “A Primeira Missa no Brasil”.

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