Evento reúne mais de uma centena de expositores oriundos de vários países e serve de plataforma de lançamento da Associação Empresarial de Migrantes e Refugiados de Portugal, refletindo a procura cada vez maior de estrangeiros para fazer negócio em Portugal.
Da Redação
Depois do sucesso da primeira edição, este ano mais de uma centena de expositores, oriundos do Brasil, Chile, Colômbia, Filipinas e Paraguai, entre outros países, ligados às novas tecnologias, gastronomia do mundo, moda, artesanato, decoração, artes e outras, marcam presença na II Feira do Empreendedorismo Migrante (FEM), dias 4 e 5 de Maio no Museu de Lisboa/ Palácio Pimenta.
O evento “visa estimular a criação, expansão e diversificação de negócios sustentáveis”, ao mesmo tempo que pretende “promover o empreendedorismo como estilo de vida”, segundo Nilzete Pacheco, presidente da Associação Lusofonia, Cultura e Cidadania (ALCC).
A sessão de abertura contará com a presença do vereador da Educação e Direitos Sociais da Câmara de Lisboa, Manuel Grilo, Pedro Calado, Alto Comissário para as Migrações, Embaixadas, Consulados e Câmaras de Comércio, entre outras.
Segundo a associação, a feira reflete a procura crescente por Portugal que se tem verificado por parte de estrangeiros empreendedores, com destaque para os brasileiros. Ainda não existem números oficiais de 2018, mas o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) confirma um “aumento significativo” em relação a 2017, quando já se tinha registrado uma subida na ordem dos 5%.
Com o aceleramento da economia portuguesa e o encerramento das fronteiras nos Estados Unidos e, em breve, no Reino Unido, dois dos destinos preferidos pelos brasileiros, Portugal apresenta-se como uma alternativa, não só para brasileiros, mas também para franceses , britânicos e italianos.
Atraídos pelos benefícios fiscais oferecidos pelo Estado português, que pretende captar trabalhadores qualificados e reformados. Esta procura é considerada muito positiva, já que a sustentabilidade demográfica, econômica e social necessita de um saldo migratório positivo. Com a diminuição da natalidade e o aumento da esperança média de vida, a viabilidade do país está em risco, defende a ALCC.
“Se antes os imigrantes tinham pouca qualificação, atualmente verifica-se que quem vem pertence a uma classe média e média-alta, apostada em criar o próprio emprego. Trata-se de uma população que vem para ficar e que pretende contribuir para Portugal, trazer os seus conhecimentos, aplicar aqui a sua profissão, investir”, refere Nilzete Pacheco.
Segundo os últimos Censos, os imigrantes são mais empreendedores do que os portugueses. Quase 20% criou o seu próprio emprego, uma taxa superior à dos portugueses.
A Feira do Empreendedorismo Migrante é financiada no âmbito do Plano Municipal de Integração de Migrantes 2018-2020 da Câmara de Lisboa e apoiada pela EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural e Alto Comissariado para as Migrações, entre outras entidades.
Esta segunda edição da FEM ficará marcada também pelo lançamento da Associação Empresarial de Migrantes e Refugiados de Portugal (AEMIREP), uma associação sem fins lucrativos, que vai ser liderada por Fidélio Guerreiro e que visa a “defesa dos interesses dos migrantes e refugiados, contribuindo para o desenvolvimento econômico nacional e reforçando a ligação econômica entre os países de origem e Portugal”.
A missão da nova AEMIREP será “promover uma cultura de acolhimento e de integração de migrantes, refugiados e os seus familiares na sociedade portuguesa”, “fomentando o empreendedorismo”.
O primeiro dia do evento será ainda dedicado a Moçambique, estando a decorrer no local uma recolha de alimentos e de vestuário, material que será enviado ao país devastado por um ciclone.
A ALCC foi constituída legalmente em 2007 como uma associação sem fins lucrativos, que tem como missão minimizar as dificuldades da população imigrante, oferecendo um conjunto de serviços gratuitos, que visam potenciar a inclusão e coesão social.