Festa de 2025 em Santa Maria da Feira reunirá casas do Brasil, Venezuela e África do Sul

Mundo Lusíada com Lusa

 

As celebrações da Festa das Fogaceiras, em Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, vão contar em 2025 com representantes das casas de emigrantes e luso-descendentes do Brasil, Venezuela e África do Sul, anunciou a autarquia.

O presidente da autarquia quer assim envolver a comunidade de origem feirense que vive nos três países onde a 20 de janeiro também se oferece fogaças a São Sebastião em cumprimento da promessa que lhe foi feita há 519 anos em troca de proteção contra a peste negra.

“Estas três associações são verdadeiras embaixadas feirenses no mundo e importantes polos sociais e culturais junto das comunidades portuguesas, pelo que faz todo o sentido que voltem a juntar-se a nós, em Santa Maria da Feira e na Festa das Fogaceiras, 20 anos depois da sua primeira participação no evento”, declarou à Lusa Amadeu Albergaria.

O autarca social-democrata defendeu que “não basta agradecer e enaltecer o trabalho meritório que estas casas portuguesas desenvolvem há décadas para preservação e promoção da cultura e tradições feirenses na diáspora”.

Na sua perspectiva, é preciso também “garantir – e, sempre que possível, reforçar – a continuidade das ações de cooperação e dos apoios municipais que contribuem para a manutenção dessas atividades”.

A ideia de envolver na Festa das Fogaceiras de 2025 a comunidade de feirenses emigrados e seus descendentes surgiu na semana passada no Rio de Janeiro, no Brasil, onde Amadeu Albergaria participou nas comemorações do 71.º aniversário da Casa da Vila da Feira e Terras de Santa Maria.

O regresso dessa coletividade a Portugal verificar-se-á assim precisamente duas décadas após a sua presença na edição que em 2005 assinalou os 500 anos da Festa das Fogaceiras, reunindo mais de 600 meninas que, vestidas de branco, desfilaram pelas ruas do centro histórico da Feira com a habitual fogaça à cabeça.

Além da Casa da Vila da Feira, no Brasil, o convite do Município de Santa Maria da Feira é extensível à Associação Civil Amigos das Terras de Santa Maria (Caracas, Venezuela) e Associação da Comunidade Portuguesa de Pretória (África do Sul).

Para janeiro foi também anunciada a atribuição do Diploma de Mérito Municipal a Rose Boaventura, apontada como “grande dinamizadora da Casa da Feira no Rio e principal responsável pelo seu departamento feminino”. A distinção já foi aprovada em reunião do executivo municipal da Feira, na qual PSD e PS foram unânimes em reconhecer à homenageada “o seu inestimável contributo para a promoção e perpetuação da história e cultura das Terras de Santa Maria no Rio de Janeiro”.

Na mesma cerimônia da semana passada, no Brasil, participou o secretário de Estado português das Comunidades, José Cesário, considerou as medidas anunciadas pela Câmara da Feira “um exemplo de como a participação e intervenção dos municípios é importante para as políticas dirigidas às comunidades portuguesas”.

“Não há políticas para as comunidades apenas da parte do Governo, seja ele qual for. As câmaras municipais são determinantes e o apoio aqui transmitido – a comunhão que traduz, a unidade e o trabalho conjunto [que representa] – é determinante para uma verdadeira política de aproximação de Portugal às suas comunidades”, defendeu o governante.

Na sua intervenção no Brasil, o autarca da Feira garantiu a continuidade das ações de cooperação com a Casa da Vila da Feira e anunciou um apoio excecional para a organização da Festa das Fogaceiras de 2025, pelo simbolismo e relevância dos 70 anos de recriação desta festividade em terras de Vera Cruz.

“Não basta agradecer e enaltecer o trabalho meritório de décadas das casas portuguesas na preservação e promoção da cultura e tradições feirenses na diáspora. É fundamental garantir a continuidade e, sempre que possível, reforçar as ações de cooperação e os apoios municipais que contribuem para a manutenção das suas atividades. Só desta forma estamos a contribuir para verdadeiras políticas de aproximação do nosso território às comunidades feirenses espalhadas pelo mundo, que preservam de forma admirável a nossa cultura e as nossas tradições”, reforçou o autarca.

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