Da Redação com Lusa
Os refugiados que estão chegando a Portugal em consequência da situação de guerra na Ucrânia tornaram a comunidade ucraniana a segunda maior residente no país, depois da brasileira.
Dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) enviados à agência Lusa indicam que desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, pediram proteção temporária a Portugal cerca de 18.400 cidadãos oriundos daquele país.
Segundo o SEF, antes da invasão da Rússia viviam em Portugal 27.200 ucranianos, o que totaliza atualmente mais de 45.500 cidadãos, passando esta comunidade a ser a segunda maior de estrangeiros residente no país.
A comunidade ucraniana residente em Portugal passa para o lugar que até agora era ocupado pelos cidadãos oriundos do Reino Unido, que são cerca de 42.300.
Segundo o SEF, as nacionalidades mais representativas são as oriundas do Brasil (209.072), seguido da Ucrânia, Reino Unido, Cabo Verde (35.913), Índia (30.995) e Itália (30.887).
Os cidadãos ucranianos que fugiram da guerra podem pediram proteção temporária a Portugal por um ano, que é prorrogável por dois períodos de seis meses.
No decorrer do processo para proteção temporária em Portugal, os cidadãos que a requeiram têm acesso aos números fiscal, de Segurança Social e do Serviço Nacional de Saúde, pelo que podem beneficiar assim destes serviços e ingressar no mercado de trabalho.
Acolhida
Segundo disse o primeiro-ministro, Portugal já recebeu até ao momento 17.504 refugiados provenientes da Ucrânia, dos quais 6.200 são menores, e defendeu que o país agilizou o conjunto de procedimentos para a reconhecimento do estatuto de refugiado.
António Costa avançou este dado na abertura da sessão plenária da Comissão Permanente da Assembleia da República, num debate sobre a agenda do próximo Conselho Europeu, que se realiza na quinta e sexta-feira em Bruxelas.
“Como a História nos tem revelado, quem tem uma fronteira externa um dia estará sempre na primeira linha de uma onda de refugiados. Portugal agilizou muito significativamente todos os procedimentos de reconhecimento de refugiados. Até segunda-feira, temos 17.504 refugiados em Portugal, 6.200 dos quais menores”, destacou o líder do executivo.
Neste ponto relativo aos cidadãos menores, António Costa adiantou que “mais de 600 já estão inscritos e a frequentar a escola pública”.
Na abertura do debate, o primeiro-ministro voltou a condenar a intervenção militar russa na Ucrânia, manifestou disponibilidade de Portugal apoiar o regime de Kiev e defendeu o reforço “da Europa da defesa”.
“A aprovação da bússola estratégica, na segunda-feira, reafirma com especial oportunidade um instrumento, num momento onde claramente existe uma complementaridade entre a NATO e a União Europeia na defesa da Europa”, sustentou.
António Costa considerou que “Portugal é um destino privilegiado, porque dispõe de uma importante comunidade ucraniana já enraizada há mais de duas décadas”.
“Um dos primeiros critérios de escolha é procurar onde tem família ou amigos. Desde a primeira hora que percebemos que íamos ser um destino de acolhimento”, completou.
Perante os deputados, o líder do executivo falou também “a na criação de uma plataforma para a integração da oferta de emprego, sendo já mais de 23500 para diferentes perfis profissionais”.
“Temos neste momento a trabalhar nas embaixadas de Portugal na Polônia e Romênia equipas avançadas do Instituto de Emprego e Formação Profissional, tendo em vista ajudar à identificação de pessoas que pretendam trabalhar”, acrescentou.