Da Redação
O candidato do círculo eleitoral Fora da Europa do Partido Aliança, Tiago Sousa Dias, acusou os partidos representados na Assembleia da República de dificultarem “intencionalmente” o exercício do direito de voto dos portugueses residentes fora de Portugal.
Na tarde desta sexta-feira, em reunião com apoiantes da candidatura do partido, o advogado, cabeça de lista do Aliança às eleições de 6 de Outubro, afirmou que os partidos “recusam implementar o método de voto online, para a emigração ter pouca representatividade na Assembleia da República porque quanto mais portugueses votarem mais deputados tem o círculo fora da Europa e isso significa que quem perde deputados são os círculos de Lisboa e do Porto” acusou.
“Eles [os partidos representados na AR] sabem que falharam aos portugueses e agora, em vez de assumirem os erros e aceitarem as consequências, dificultam intencionalmente o avanço para o voto online para manterem os lugares dos círculos eleitorais de Lisboa e do Porto”.
Sousa Dias questionou ainda quantos dos deputados trocarão ainda cartas com as suas instituições bancárias, relembrando que o Estado é ágil a facilitar comunicação de dados sensíveis como faz com a Autoridade Tributária, mas cauteloso a fornecer ferramentas para os Portugueses poderem exercer a sua cidadania.
O candidato a deputado afirmou ser “inaceitável sermos um país na vanguarda da tecnologia para cobrar impostos e taxas às pessoas e empresas, mas sermos um país ditatorialmente burocrático para lhes garantir os mais elementares direitos como é o de votar”.
Citanto a problema dos emigrantes no Brasil, durante sua longa intervenção, ainda acusou o governo de irresponsabilidade por gastar dezenas de milhões de euros no envio de cartas com os boletins de voto, que “com uma situação como a que se vive no Brasil com a greve dos correios, não será mais do que dinheiro desperdiçado e será roubada a oportunidade aos portugueses de votar”.
Questionado por um companheiro de partido sobre a responsabilidade do que está a acontecer no Brasil, o candidato afirmou que “antes de apurar responsabilidades é preciso garantir um direito básico a todos os portugueses por esse mundo fora”.
Ele defendeu ser preciso responsabilizar o governo pelo “desperdício de verbas públicas em cartas, um método do século passado” declarou o nome do Aliança ao círculo Fora da Europa. “Com um governo que desperdiça tanto dinheiro do erário público, é normal que seja mais importante cobrar impostos do que garantir direitos fundamentais às pessoas”, afirmou.