Por Vanessa Sene
A noite de 10 de Junho foi marcada em São Paulo pela sessão solene do Dia de Portugal, Camões e Comunidades Portuguesas, na Assembleia Legislativa de São Paulo. Presidida pelo deputado Fernando Capez, com o apoio do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira (CCLB), o evento prestou homenagens a personalidades da comunidade.
Antonio de Almeida e Silva, presidente do CCLB, em seu discurso se referiu a São Paulo como a sociedade generosa e acolhedora a qual portugueses sempre serão agradecidos. Elogiou o trabalho do deputado Capez, numa data magna para a comunidade portuguesa. E citou a dificuldade em bem reconhecer Camões, a figura eterna de ponto de encontro entre todos os portugueses, que um dia tiveram que deixar sua terra-natal e emigraram. Almeida e Silva ainda chamou atenção para a importância não só do passado e da história, mas de construir futuros comuns entre Brasil e Portugal.
Após as homenagens da noite, Maria Inês Botelho discursou, em nome dos agraciados. Citou a importância do poder público, principalmente legislativo, voltar o olhar para a comunidade em datas como essa, e elogiou o trabalho de Antonio de Almeida e Silva à frente do Conselho.
O cônsul geral de Portugal em São Paulo, Paulo Lourenço, disse ser justificada a escolha dos homenageados deste ano. Segundo ele, os portugueses no Brasil são tão bem integrados que é quase impossível distingui-los. “Nossa maior força é estar em todo lugar, e por isso, não estar em lugar nenhum”. Comparou a Trindade Santa com o 10 de Junho, citando a importância de Camões, Comunidades e o Dia Nacional do país. “Nessa trindade, as comunidades tem um papel insubstituível, e que tem mudado com as novas gerações de portugueses”. Lourenço afirmou que o Consulado aderiu 17 mil novos portugueses em São Paulo nos últimos dois anos. “Quem construiu o Brasil não tem medo da mudança” finalizou.
Ao Mundo Lusíada, o deputado Fernando Capez, falou sobre a alegria de presidir essa sessão em todos os anos. “Um povo sem memória é um povo sem cultura, e um povo sem cultura é um povo sem alma. Temos que manter acesa a chama da nossa história, e nela é indelével e inseparável a marca de Portugal” diz o deputado citando que o evento é uma forma de relembrar a história e homenagear Portugal. “O país é uma porta de entrada do Brasil para a Europa e penso que todos temos muito que agradecer por esses laços que existem”.
Segundo ele, a Frente Parlamentar tem obrigação de reforçar esses laços, citou ainda que é preciso dar mais relevância ao 22 de Abril, uma data “um pouco esquecida” em São Paulo. “Nós podemos ter um olho no passado, e com as lições aprendidas, olharmos para o futuro e buscarmos as parcerias bilaterais”.
Diversos folcloristas estiveram representando seus grupos folclóricos com porta-bandeiras durante a sessão, que encerrou com uma apresentação do Grupo Folclórico da Casa de Portugal de São Paulo. Ao final, Capez falou sobre a figura de Camões, e sobre a panificação, forte setor gerido por portugueses em São Paulo, como exemplo de estabelecimento existente apenas no Brasil. Os presentes seguiram para um coquetel, e puderam conferir a exposição Construtores do Brasil, com curadoria da historiadora Sonia Freitas.