Da Redação
Com Lusa
Os comerciantes lisboetas das zonas da Baixa e do Chiado estão otimistas e esperançados em relação às vendas de Natal, com perspectiva de aumento em relação ao ano passado, devido essencialmente ao consumo dos turistas.
Segundo o presidente da Associação de Dinamização da Baixa Pombalina (ADBP), Manuel Sousa Lopes, “há esperança de crescimento” das vendas da época natalícia, mas “nunca com números que possam surpreender”, uma vez que o poder de compra dos portugueses continua aquém do desejado.
“Não podemos enjeitar que o turismo, mesmo num período de Natal, ainda é um bom consumidor”, sublinhou Manuel Sousa Lopes.
Com perspectivas semelhantes, o presidente da Associação de Valorização do Chiado (AVChiado), Victor Silva, afirmou que os comerciantes estão “otimistas” com as vendas de Natal, prevendo-se um crescimento “entre os 5% e os 10%” em relação ao ano passado. “Temos como ponto de referência a ‘Black Friday’ [sexta-feira com descontos], em que, este ano, se notou um aumento significativo”, revelou Victor Silva.
O reforço nas iluminações natalícias deste ano é um dos principais aspectos que fazem ‘mexer’ o comércio na Baixa e no Chiado, atraindo as famílias lisboetas, bem como os turistas portugueses e estrangeiros, apontaram.
“Há um reforço no turismo, nota-se mais turismo de inverno, que era algo a que não estávamos habituados. Este turismo traz movimento fora dos horários típicos comerciais, ou seja, as pessoas andam à noite e fazem compras, jantam no Chiado e passeiam”, declarou o representante da AVChiado.
Os comerciantes pretendem ainda contar com “o fator de que o Chiado está na moda, quer o Chiado, quer a Baixa”, referiu Victor Silva.
Apesar das perspectivas de crescimento das vendas de Natal, os comerciantes da Baixa e do Chiado sentem ainda “sinais da crise econômica” no consumo dos portugueses.
De acordo com o presidente da ADBP, as famílias portuguesas estão a ser “mais prudentes do que eram há anos”, optando por “comprar aquilo de que precisam”, di citando menores margens de lucro.
Neste sentido, Victor Silva reiterou a importância do turismo para o comércio lisboeta, uma vez que os ordenados em Portugal “não aumentaram significativamente” e “os portugueses estão sem poder de compra, de uma forma generalizada”.
Questionados sobre a principal procura do comércio na Baixa e no Chiado, ao longo da época natalícia, os representantes das associações destacaram o setor da restauração. À semelhança de anos anteriores, os comerciantes lisboetas preveem que as vendas disparem nos últimos dez dias que antecedem o dia de Natal, uma vez que os portugueses, “tipicamente”, fazem compras de última hora.