Com protesto contra resultado das urnas, Polícia desbloqueia rodovias pelo Brasil

Atuação da Polícia Militar pela Rodovia Anhanguera, em Franca - resultando na liberação da rodovia. Foto PMESP

Da Redação com agencias

Neste feriado de Finados, 02 de novembro, milhares de pessoas permanecem em protesto contra o resultado das urnas após eleição presidencial no Brasil.

Manifestantes em frente às portas de quartéis em grandes cidades como São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, pediam uma “intervenção militar” contra a vitória eleitoral de Lula da Silva. Jair Bolsonaro pronunciou-se sobre o resultado das eleições na terça-feira, dois dias depois de a contagem oficial determinar a vitória de Lula por uma margem muito estreita de 1,8 pontos percentuais.

Na segunda-feira (31), o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou o desbloqueio imediato de estradas, com punições aos manifestantes e ao diretor-geral da PRF em caso de descumprimento. Também foi estipulada multa de R$ 100 mil por hora para donos dos caminhões usados em bloqueios, obstruções ou interrupções, que serão posteriormente apresentados a Justiça.

Na terça, Bolsonaro esteve no Supremo Tribunal Federal a convite da Presidência, onde conversou com os Ministros da Corte que estavam presentes em Brasília: a presidente Rosa Weber, o decano Gilmar Mendes, Luiz Fux, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Nunes Marques e André Mendonça, além do Ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Os Ministros do STF reiteraram o teor da nota oficial divulgada, que consignou a importância do reconhecimento pelo Presidente da República do resultado final das eleições, com a determinação do início do processo de transição, bem como enfatizou a garantia do direito de ir e vir, em razão dos bloqueios nas rodovias brasileiras” informou STF.

 

Rodovias

O último levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), divulgado no fim da manhã deste dia 2, aponta que 631 ações de interdição ou bloqueios em estradas federais foram desfeitas no país. A PRF informou que os bloqueios são interrupções totais das vias, enquanto as interdições mantêm o fluxo parcialmente impedido.

Segundo o balanço, 15 estados registram ações, sendo que 98 pontos estão interditados e há 52 pontos de bloqueio. Santa Catarina é o estado com mais bloqueios (36), seguido pelo Paraná (10) e pelo Rio Grande do Sul (3). As interdições ocorrem em maior número em Mato Grosso (30), Pará (17), Rondônia (12) e Paraná (10).

Em São Paulo, no fim da manhã, a Tropa de Choque da Polícia Militar (PM) foi acionada para liberar as faixas da Rodovia Castello Branco, na região de Barueri, os motoristas de caminhão se recusaram a desfazer o bloqueio e foram reprimidos pela polícia com gás lacrimogêneo e jatos de água. Nas rodovias estaduais, a PM informou que 109 estradas foram liberadas, 135 estão parcialmente liberadas e há 20 interditadas.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também divulgou nota, nesta quarta-feira, informando que monitora – junto ao setor regulado – possíveis desabastecimentos de suprimentos de saúde, em face das notícias de bloqueios em rodovias.

Segundo a nota, a agência oficiou os Ministérios da Saúde, Justiça, Casa Civil, Ministério Público Federal, Supremo Tribunal Federal, Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conasss) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), alertando para a importância de garantir fluxos contínuos e desimpedidos de insumos de saúde.

Diversos governadores já se pronunciaram ordenando desobstrução e que as forças de segurança estão trabalhando em conjunto para garantir o direito constitucional dos cidadãos de ir e vir, no sentido de desbloquear a passagem pelas estradas, e evitar inclusive o desabastecimento em cidades e na área da saúde.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), já 2 mil motoristas foram multados entre segunda (31) e esta quarta-feira (2), por bloquearem rodovias federais, o que chega a um total de multas de R$ 18 milhões, somente com relação ao código Brasileiro de Trânsito.

Com 100% dos votos contados, Luiz Inácio Lula da Silva venceu as presidenciais de domingo por uma margem estreita, recebendo 50,9% dos votos, contra 49,1% para Jair Bolsonaro, que procurava obter um novo mandato de quatro anos.

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