Com o não cumprimento de acordo, funcionários diplomáticos voltam a pedir greve geral

Da Redação

Os trabalhadores consulares portugueses no Brasil, que viram a sua remuneração diminuir por estar fixada em reais, receberam a promessa do governo português de uma atualização salarial extraordinária, e no futuro uma tabela salarial em euros, após reunião com representantes do Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas, que aconteceu no mês de setembro.

Mas nada mudou após 60 dias do acordo sobre a atualização extraordinária. Agora, os funcionários consulares no Brasil acabam de divulgar um manifesto considerando novamente uma greve geral no Brasil, por tempo indeterminado, a partir de 28 de novembro.

“Ultrapassados todos os limites de compreensão, não há mais o que esperar, temos que lutar pela remuneração digna pelos serviços prestados para o Ministério dos Negócios Estrangeiros e os cidadãos portugueses”.

Os trabalhadores que exercem funções no Brasil ainda declaram que “estão esquecidos, largados à miséria, a enfrentar o empobrecimento sucessivo e desumano, sem data concreta para ter fim”.

Pedindo uma posição ao MNE, o documento que o Mundo Lusíada teve acesso, lembra ainda que se trata da maior rede consular portuguesa no mundo em arrecadação de receitas e prática de atos consulares.

Após recolha de assinatura junto dos funcionários, o pedido de greve foi enviado ao Gabinete da Presidência, Gabinete do Primeiro Ministro, Gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e ainda Embaixador de Portugal em Brasília e para os Chefes dos Postos Consulares no Brasil.

Confira a mensagem na íntegra:

 

Caros colegas do STCDE,

No contexto do BIS nº 09 enviado por este sindicato a 06 de setembro de 2022, e da inépcia do MNE, POR MAIS DE 60 DIAS, na publicação da portaria acordada sobre a atualização extraordinária, vimos colocar a vossa consideração a ação de greve geral que entendemos que deva ser desencadeada: Greve geral no Brasil, POR TEMPO INDETERMINADO, a partir de 25 de novembro de 2022

Realçamos ainda que seguiremos na reivindicação principal que é a fixação da tabela em euros no Brasil, conhecido apartheid salarial.

Ultrapassados todos os limites de compreensão, não há mais o que esperar, temos que lutar pela remuneração digna pelos serviços prestados para o Ministério dos Negócios Estrangeiros e os cidadãos portugueses.

Os trabalhadores que exercem funções no Brasil estão esquecidos, largados à miséria, a enfrentar o empobrecimento sucessivo e desumano, sem data concreta para ter fim. Esta situação deve ser encerrada, o MNE deve nos tratar com consideração e apreço, pois somos a maior rede consular portuguesa no mundo e merecemos respeito.

Junto se remete o compromisso em relação a esta greve, recolhidas as assinaturas dos trabalhadores de posto por posto, com o nome de cada trabalhador e assinatura na respetiva coluna SIM à greve ou a coluna NÃO à greve. A colheita dessas assinaturas foi realizada de forma livre e consciente, com o intuito de resolver derradeiramente esta situação.

Foram ainda coletadas, por parte de cada posto, contactos de comunicação social, para a devida divulgação da nossa greve geral por tempo indeterminado, nos canais de comunicação em Portugal e locais, tanto de rádio, jornais e de televisão.

Salientamos que este pedido de greve por tempo indeterminado foi igualmente remetido para o Gabinete da Presidência, Gabinete do Primeiro Ministro, Gabinete do MNE, para o GSECP, para o Embaixador de Portugal em Brasília e para os Chefes dos Postos Consulares no Brasil.

Nossos melhores cumprimentos,

Os funcionários da rede consular no Brasil

1 comentário em “Com o não cumprimento de acordo, funcionários diplomáticos voltam a pedir greve geral”

  1. Deixo aqui a minha solidariedade aos trabalhadores do Consulado no Rio de Janeiro que, mesmo diante desta lamentável situação, continuam a atender com eficiência os utentes conforme pude hoje comprovar presencialmente.

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