Mundo Lusíada com Lusa
A votação para as eleições gerais brasileiras em Lisboa foi prolongada até as 20h deste domingo, anunciou o cônsul do Brasil na capital portuguesa, Wladimir Waller, numa altura em que continuava grande afluência às urnas.
“Com autorização do Supremo Tribunal Eleitoral (STE), o período de votação em Lisboa foi prorrogado até às 20 horas”, por causa do número de pessoas ainda na fila para votar na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, disse Wladimir Waller aos jornalistas.
A votação para as eleições gerais do Brasil decorre desde as 08:00 e o encerramento das urnas estava previsto para as 17:00 horas. Cerca das 16:45 horas, segundo dados divulgados pelo cônsul, havia cerca de quatro mil pessoas na fila para votar.
“Segundo os nossos cálculos”, prosseguiu Wladimir Waller, perto das 17:00, “havia ainda 3.000 a 4.000 pessoas para votar”. Por isso falou “novamente com o Supremo Tribunal Eleitoral (STE) de Brasília, e com o juiz eleitoral”, verificando-se em Lisboa uma situação comum a outros países.
“Então, em razão do número de eleitores ainda por votar e de modo a trazer uma tranquilidade ao processo todo, o Tribunal, excepcionalmente, assim como fez em outros países, autorizou a prorrogação do prazo” para o encerramento das urnas, acrescentou.
Em Lisboa votam 45.273 eleitores brasileiros.
Admitindo que ainda não tinha números exatos de quantas pessoas tinham votado até aquela hora, em Lisboa, o cônsul-geral em Lisboa adiantou, porém, que tinha a “impressão de que a abstenção será baixa”, dada a afluência às urnas, quando “historicamente a abstenção em Portugal é de 30%”, frisou.
“Nós tivemos um fluxo constante desde as 08:00 da manhã e a fila nunca parou”, sublinhou. “Enfim fora da universidade há uma fila, mas ela não se deve a algum problema interno, mas sim ao número de pessoas”, acrescentou Wladimir Waller Filho.
Além de Lisboa, o cônsul explicou que o prolongamento do período de votação também foi autorizado em Dublin, na Irlanda. Em Portugal, os locais de voto no Porto e em Faro encerraram as portas às 17:00, como previsto, tendo ficado sem votar algumas pessoas que se encontravam fora dos edifícios.
Uma urna impugnada
O cônsul-geral do Brasil disse ainda que duas urnas tiveram de ser substituídas por problemas técnicos e uma outra foi impugnada com a anulação dos 59 votos, porque um cidadão votou duas vezes.
Ao longo do dia “registrou-se um único incidente nas votações, um eleitor votou duas vezes, aproveitando-se de um momento, e imediatamente nós fomos notificados e entramos em contacto com o Tribunal Superior [Eleitoral] para as instruções de como proceder”, afirmou Wladimir Waller Filho, em declarações aos jornalistas no local de votação.
A urna foi então “lacrada, considerada corrompida e a votação teve seguimento com urna de lona”, acrescentou. Os 59 votos que estavam dentro da urna tiveram de ser anulados.
Ao mesmo tempo a adida da Polícia Federal em Lisboa e o seu adjunto “acompanharam o caso também, e o eleitor que participou nesse ato foi levado a uma sala, foi feito um boletim de ocorrência, que já foi transmitido à Polícia Federal no Brasil”, adiantou ainda o diplomata brasileiro
Wladimir Waller Filho sublinhou que “o que foi feito é caracterizado como crime eleitoral, no artigo 309.º, e no Brasil a pena é de reclusão até três anos”, ou seja, o cidadão que praticou o ato pode ir preso.
Mas como se encontra no exterior, o cidadão brasileiro que praticou o ato foi “liberado, mas as notificações todas foram feitas”, explicou o cônsul-geral.
“É muito importante frisar que o incidente ocorreu na presença de fiscais que acompanharam todo o processo, desde verificar o que aconteceu, quer a conversa que eu tive com o juiz eleitoral em Brasília, e a instrução”, sublinhou.
Nesta manhã também em Lisboa, segundo o cônsul, “duas urnas apresentaram um problema técnico, problema esse que não pôde ser sanado”.
Pelo que ambas tiveram de ser substituídas por urnas de lona. “Isso gerou um pequeno atraso, admitiu o cônsul-geral, explicando que só é possível a substituição de uma urna por uma de lona com a autorização do Supremo Tribunal Eleitoral.
Às presidenciais brasileiras concorrem 11 candidatos: Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D’Ávila, Soraya Tronicke, Eymael, Padre Kelmon, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.