Por Odair Sene
No dia 22 de setembro o Centro Cultural Português de Santos realizou uma grande festa para comemorar os 57 anos de fundação do seu Rancho Folclórico Verde Gaio, que na verdade completou anos no mês de junho, porém por problemas de calendário pôde fazer a festa apenas agora, e ainda assim sem a presença do seu presidente José Duarte, que esteve cumprindo compromissos em Portugal (foi representado pelo vice Alberto Barduco).
Além da apresentação de aniversário, os folcloristas da casa também contaram com um convidado muito especial: o Grupo Folclórico Os Lusíadas, do Centro Português de Maringá (Paraná), grupo que já esteve envolvido em outros intercâmbios com o co-irmão santista.
O diretor do grupo visitante, Sergio Santos Oliveira (o Serginho), que está no Grupo há 42 anos e é também o ensaiador, falou ao Mundo Lusíada que por lá também estão bastante animados com a comemoração do cinquentenário do grupo formado por quatro gerações, pessoas que atuaram a partir da década de 1970 e que estarão nas festividades dos 50 anos que acontecem nos dias 09 e 10 de novembro.
Serginho falou também da festa de 57 anos do co-irmão santista valorizando o intercâmbio que acontece no meio folclórico. “Isso é muito bom, eles estiveram lá em 2016, hoje estamos aqui, é muito importante essa troca de experiência, porque vamos vendo que os outros grupos também tem as mesmas dificuldades, os mesmos prazeres, são jovens de realidades diferentes, mas convivendo e vivendo uma coisa só, que é o folclore, então isso tudo é muito bacana”, disse ele lamentando não haver mais esses intercâmbios por conta de custos, principalmente transporte, que se tornaram muito caros. O “Os Lusíadas”, que no palco foi apresentado pelo Marcelo Faustino, esteve em Santos com 44 (dos 48 componentes) incluindo a tocata.
Da parte do grupo aniversariante quem falou com o Mundo Lusíada foi a diretora Ana Maria Gonzalez, que está ainda com restrições médicas, por isso sem participação efetiva no folclore, mas há 27 anos ligada ao Verde Gaio. “Eu sou da época do Sr. Luís de Figueiredo, quando minha filha Priscila começou a dançar com 7 anos, e logicamente que a mentalidade dele, naquela época era totalmente diferente do que é hoje, mas depois do Sr. Luís já passaram dois ou três ensaiadores, tivemos por 5 anos a Lúcia [Maria Lúcia de Freitas] e a partir deste mês temos como ensaiador o Wallacy Rodrigues de Andrade”, disse ela elogiando o grupo dizendo estar bem homogêneo, com 56 componentes, incluindo a tocata, “desde criança como o Dudu, que entrou com três anos e agora já tem 11 anos, até a mais idosa com 87 anos, a Dona Rosa”, justamente a mãe da Ana Maria Gonzalez, que no palco também foi citada e aplaudida pelo público.
Os folcloristas do Verde Gaio ainda contam com total respaldo da diretoria da casa. Tanto que este ano, deram início a um novo programa que são os almoços de domingo, uma vez ao mês o “Domingar a Verde Gaio” é totalmente promovido pelos componentes do Rancho, desde arrumar o ambiente, a cozinha, servir, lavar e arrumar tudo ao final, tudo feito pelos componentes.
Nesta noite também deu-se conhecimento, e foi feito o anúncio de uma viagem para a Argentina (já confirmada), que deverá acontecer no mês de setembro de 2019, com três dias de apresentações e um dia especial no Clube Português da Argentina. Será mais uma viagem internacional para este grupo que já foi (em sua maioria) três vezes para Portugal, em 1986, 1992, e em 2013. “Ainda assim temos cerca de 15 componentes que entraram mais recentemente no rancho, que nunca fizeram viagem para fora, então será uma boa oportunidade”, disse Ana Maria.
Outra marca curiosa dos grupos em geral, e não diferente no Verde Gaio, é a presença de grupos de familiares que entram, se identificam e permanecem no folclore. Como a família da própria Ana Maria, com o marido, a mãe e as filhas inseridas desde muito tempo.
Tem ainda a família do Eduardo Alves (Kbça) com mulher e os filhos, tem a família Martins, atualmente a maior presente no grupo com nove integrantes, são de origem madeirense, radicados em Santos no Nova Cintra, ao lado do Morro de São Bento.
“O grupo já é uma grande família e é este o sentido que preservamos, e neste caso da família Martins, quem os trouxe foi o Manequinho, que deve ter aqui mais de 30 anos, assim como a Elizabeth completando 50 anos ininterruptos no Verde Gaio, hoje uma das homenageadas”, disse a Ana afirmando que tudo se torna mesmo uma grande família.
Toda a apresentação no palco
foi do diretor Vasco Monteiro. Apenas o grupo de Maringá teve apresentação do Marcelo Faustino. Falando do grupo aniversariante, Vasco Monteiro também disse que se trata do primeiro grupo de folclore português constituído no Estado de São Paulo. Na ausência do presidente José Duarte esteve representando o vice Alberto Barduco, no palco como presidente em exercício, no momento que vários diretores presentes foram ao palco para o tradicional “parabéns”.