Da Redação
A região metropolitana de São Luís, capital do estado do Maranhão, iniciou o confinamento total de forma a combater o avanço do novo coronavírus, após um aumento de casos na região que atingiu os 4.530.
Quatro cidades do Maranhão tiveram na terça-feira o seu primeiro dia de ‘lockdown’, após a justiça determinar essa medida para conter o avanço da pandemia.
Em 5 de maio, o Brasil registrou mais um recorde diário de mortes associadas ao novo coronavírus, 600 vítimas, totalizando 7.921 óbitos desde o início da pandemia no país, segundo o Ministério da Saúde.
O recorde anterior era de 474 mortes registradas num único dia, em 28 de abril, quando o Brasil ultrapassou a China no número total de vítimas mortais pela covid-19.
Em relação ao número de infectados, o país sul-americano contabilizou 6.935 novos casos nas últimas 24 horas, num total de 114.715 casos confirmados.
O aumento no número de mortes no Brasil foi de 8%, passando de 7.321 na segunda-feira para 7.921 na terça-feira. Em relação ao número de infetados, o crescimento foi de 6%, passando 107.780 para 114.715 casos confirmados.
De acordo com especialistas, os números reais no Brasil devem ser ainda superiores, tendo em conta a baixa oferta de testes no país, assim como a subnotificação da doença.
O Ministério da Saúde indicou que a maioria das mortes contabilizadas na terça-feira é referente a outros períodos, mas que foram inseridas apenas agora.
“Assim, nas últimas 24 horas ocorreram, de fato, 76 óbitos”, indicou a tutela.
A taxa de letalidade da doença no país está agora em 6,9%, estando ainda a ser investigada uma eventual ligação de 1.579 mortes com a covid-19.
O executivo brasileiro informa ainda a recuperação de 48.221 doentes, sendo que 58.573 continuam sob acompanhamento.
São Paulo, epicentro da covid-19 no país, totaliza oficialmente 2.851 mortos e 34.053 infectados.
Mais um bebê morreu na capital paulista por complicações da covid-19, uma criança de um ano de idade. Este é o segundo bebê que morre devido à doença no estado. O primeiro tinha seis meses de idade e sofria de complicações prévias de saúde.
Nas últimas 24 horas, 300 pessoas foram internadas em São Paulo, aumentando para 9,3 mil o número de pacientes em hospitais do estado. Desse total, 3.661 estão internados em unidades de terapia intensiva (UTI). A taxa de ocupação de leitos de UTI reservados para atendimento de covid-19 atingiu 68,9% no estado e 86,9% na Grande São Paulo.
No país seguem-se Rio de Janeiro, com 1.123 óbitos e 12.391 infectados, Ceará, com 795 mortos e 11.470 infectados, Pernambuco, 749 vítimas mortais e 9.325 casos, e Amazonas, com 649 mortes e 8.109 pessoas diagnosticadas com covid-19.
Por regiões, o sudeste brasileiro, que engloba São Paulo e Rio de Janeiro, é a região mais afetada do país, com 52.298 casos da doença. Contudo, os casos no nordeste dispararam nos últimos dias, concentrando 35.641 casos de confirmados.
No lado oposto está o centro-oeste, que totaliza 3.388 casos de infeção pelo novo coronavírus.
Foram registradas mortes no Pará (369), Maranhão (271), Bahia (146), Espírito Santo (133), Paraná (99), Minas Gerais (94), Paraíba (85), Alagoas (80), Rio Grande do Sul (79), Rio Grande do Norte (68), Santa Catarina (55), Amapá (55), Goiás (38), Distrito Federal (33), Piauí (29), Acre (29), Sergipe (21), Rondônia (29), Mato Grosso (13), Mato Grosso do Sul (10), Roraima (11) e Tocantins (7).
O secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, afirmou na terça-feira, em conferência de imprensa, em Brasília, que cerca de 100 mil testes já realizados para a covid-19 estão ainda com resultados pendentes e não entraram nas contas da tutela.
“Nós não temos os dados de todos os laboratórios privados, pelo menos as grandes redes têm mais de 100 mil exames que não entraram no sistema”, disse Wanderson Oliveira.
O secretário recusou-se a estimar quando será o pico da doença no país, mas afirmou que essa informação será conhecida nos próximos três meses.
A cidade brasileira de Fortaleza, capital do Ceará, entrará a partir de sexta-feira em confinamento obrigatório, com bloqueio de serviços não essenciais e da circulação de pessoas (‘lockdown’), após um aumento no número de casos de covid-19.
“É medida complexa. Todos os secretários quando pensam neste assunto estão refletindo porque o impacto é muito negativo, mas o Ministério da Saúde está à disposição para apoiá-los. A decisão é do gestor local. São medidas temporárias que devem ser proporcionais e restritas a cada localidade”, observou Wanderson.
Perguntado sobre quando será o pico da pandemia, ele respondeu que não é possível precisar e que a evolução será diferente em cada local e depende dos efeitos de medidas como o distanciamento social, que achata e prolonga a curva de contágio. Mas previu que de maio a julho deverão ser meses em que a pandemia seguirá preocupando.
Com a situação preocupante também no Amazonas, o ministro da Saúde esteve esta semana visitando hospitais da região.
Segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 254 mil mortos e infectou quase 3,6 milhões de pessoas em 195 países e territórios.