Da Redação
Com Lusa
O parlamento português aprovou neste dia 02, por unanimidade, um voto de pesar apresentado pelo presidente da Assembleia da República pelas vítimas mortais da pandemia de covid-19, e salienta que o parlamento continua a fiscalizar o Governo e a administração.
Em Portugal, o último balanço registra 209 mortes devido à covid-19, e mais de 9 mil casos confirmados da doença.
“Não podendo ficar indiferente a esta dura realidade, a Assembleia da República (…) expressa o seu pesar pelas vítimas mortais da covi-19, endereçando às famílias enlutadas a sua solidariedade e as mais sinceras condolências”, refere Ferro Rodrigues no seu voto.
No plano político, Ferro Rodrigues salienta que o parlamento, “enquanto órgão de soberania, e no uso das competências constitucionais, mantém o acompanhamento permanente do evoluir da situação e uma cuidada fiscalização da ação do Governo e da administração, em especial do conjunto de medidas extraordinárias e de caráter urgente de resposta à crise que Portugal e os portugueses atravessam”.
Na perspectiva do presidente da Assembleia da República, em Portugal, “em resultado de medidas restritivas, que se traduziram em limitações a alguns direitos, liberdades e garantias (em especial a direitos de circulação), na decorrência da declaração do estado de emergência – e muito devido ao empenho de toda a sociedade -, foi possível atenuar a transmissão mais acelerada do novo coronavírus e, assim, moderar alguns dos efeitos mais nefastos da pandemia”.
“Portugal e os portugueses têm sabido mobilizar-se, de forma empenhada, disciplinada, paciente e serena, respondendo ao repto das autoridades de saúde e cumprindo as medidas tomadas, evitando situações de risco (para os próprios e para os outros), dando provas da sua grande capacidade de resistência e o grande empenho em vencer esta enorme provação. Uma crise que é de saúde pública, mas é também econômica e social”, sustenta.
No entanto, de acordo com o presidente da Assembleia da República, “pese embora a dedicação sem limites, a competência, o profissionalismo e o enorme esforço dos profissionais de saúde – que vão muito além do estrito dever -, são já mais de uma centena as vítimas mortais por covid-19”.
“É esta a expressão mais violenta da pandemia, porque irreversível. Esta é, aliás, uma difícil circunstância, que partilhamos com muitos países e cidadãos do mundo inteiro”, acrescenta.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 950 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 48 mil.
No dia em que assinala um mês desde que o primeiro caso da doença foi detetado em Portugal, o relatório da situação epidemiológica, com dados atualizados até às 24:00 de quarta-feira, indica que a região Norte é a que registra o maior número de mortes (107), seguida da região Centro (55), da região de Lisboa e Vale do Tejo (44) e do Algarve, que hoje regista três mortos.
Relativamente a quarta-feira, em que se registravam 187 mortes, teve um aumento de 11,8% (mais 22). De acordo com dados da DGS, há 9.034 casos confirmados, mais 783, um aumento de 9,5% face a quarta-feira.
O novo coronavírus já infectou 1.124 profissionais de saúde em Portugal, entre os quais 206 médicos e 282 enfermeiros, segundo o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales.
Entre os profissionais infetados com o novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, estão também 636 de áreas como assistentes técnicos, assistentes operacionais e técnicos de diagnóstico.