Por Odair Sene
O Clube Português de São Paulo comemorou 94 anos de fundação na noite de 18 de julho, com um jantar dançante em sua sede, na presença de amigos da comunidade luso-brasileira. Depois do coquetel, um jantar requintado oferecido em parceria com o Buffet Morenos foi seguido por música ao vivo.
Em uma rápida solenidade foi descerrada uma placa da Câmara Municipal de São Paulo em homenagem do legislativo paulista, assinado pelo vereador Toninho Paiva, quando o presidente Rui Fernão Mota e Costa mencionou que sendo a casa mais antiga de São Paulo, “nos dá uma grande responsabilidade”. Depois, antes do jantar, o deputado Fernando Capez e o vereador Toninho Piva, representando a Assembleia Legislativa e a Câmara Municipal, respectivamente, receberam uma placa pelo trabalho realizado em prol da cultura luso-brasileira.
Representando as entidades, o presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira de SP, Antonio de Almeida e Silva, falou ao Mundo Lusíada, sobre a data de aniversário da casa mais antiga de São Paulo. “O Clube Português é a nossa instituição mais antiga. A Portuguesa, que também é de 1920, foi fundada um mês depois” disse citando que desde a fundação o Clube Português teve muito glamour. “As pessoas mais emblemáticas da comunidade naquela ocasião estavam no Clube Português, e teve um percurso muito interessante, foi fundado pelo avô do Ermírio de Moraes, que tem toda uma história luso-brasileira”.
O atual presidente da entidade, Rui Fernão Mota e Costa, comentou que agora o clube tem em âmbito municipal e estadual o “Dia do Clube Português”, 14 de Julho. “Para mim é de uma importância muito grande, o reconhecimento do poder público ao nosso trabalho” diz ele que já contava com a data em âmbito municipal por proposta do vereador Pierre de Freitas, apesar do clube não ter sido comunicado na altura. “E agora, por proposta do deputado Fernando Capez, foi instituído por decreto-lei na Assembleia Legislativa o Dia do Clube Português”.
Também há muitos anos na casa, o atual presidente do Conselho Joaquim Justo dos Santos falou sobre a entidade que presidiu há cerca de 15 anos. “Aquela época era muito difícil, eu sucedi Mario Francisco Antunes que tinha ficado aqui 14 anos. A casa já teve altos e baixos, agora felizmente com a reforma que fez, em São Paulo tem poucos salões como este que tem o Clube Português, e felizmente agora está no apogeu. Temos um bom Buffet que nos ajuda a sobreviver bem, com a presidência do Rui Fernão Mota e Costa também, tem sido um sucesso e agradecemos a todos aqueles que colaboram com este clube que é o mais antigo de São Paulo”, disse ele elogiando a diretoria executiva.
Clube solidificado
Rui Fernão é presidente do clube há 8 anos, apesar de participar há mais de 50 anos da diretoria, e garante que a entidade nunca esteve numa situação como a atual. “Não vamos dizer que estamos ricos, mas não precisamos de tanto dinheiro para mantê-lo e conseguimos manter tudo e fazer os nossos eventos. Estamos desenvolvendo com bastante ênfase a parte cultural, com uma série de apresentações, vamos ter a Noite do Tango, Noite do Fado, e uma série de eventos promovidos pelo departamento cultural” diz Rui Mota garantindo que o clube se tornou mais conhecido do público em geral com estes eventos.
Com relação ao futuro, o presidente Rui diz que pensa “todos os dias” nas próximas gestões da entidade. “Não somos eternos, eu adoro esta casa, acho que vivi muito mais aqui do que na minha casa, mas isso é uma preocupação constante”. Segundo ele, em eleições anteriores tentou uma substituição na presidência mas não foi possível. “E agora mesmo quando tivemos eleições em março, pedi aos diretores que assumissem que eu ajudaria, mas infelizmente não consegui”.
Foi proposto ao Conselho no ano passado uma reforma estatutária para evitar “aventureiros” à frente do clube. E agora, a atual gestão espera que “gente nova” mantenha a jornada iniciada por eles.