Clima: Mais de 60 mil mortos na Europa devido ao calor no verão de 2022

Da Redação Com Lusa

Mais de 60.000 pessoas morreram na Europa devido ao calor no verão de 2022, segundo um estudo hoje publicado pela revista científica Nature Medicine, que aconselha esforços redobrados para lidar com o aumento das temperaturas.

No total, a análise revela que entre 30 de maio e 04 de setembro de 2022, terão ocorrido 61.672 óbitos por causas diretamente relacionadas com o calor.

Os cientistas do Instituto Nacional de Saúde e Investigação Médica (Inserm) de França e do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal) analisaram dados de temperatura e mortalidade para o período 2015-2022 em 823 regiões de 35 países europeus, representando uma população total de mais de 543 milhões de pessoas.

Construíram modelos epidemiológicos para prever a mortalidade para todas regiões durante todas as semanas do verão de 2022.

“É um número muito alto de mortes. Conhecíamos os efeitos do calor na mortalidade com o precedente de 2003, mas com esta análise vemos que ainda há muito trabalho a fazer para proteger as populações”, disse à agência France-Presse (AFP) o investigador do Inserm e coautor do estudo Hicham Achebak.

De acordo com as estimativas dos cientistas, sem uma resposta efetiva o continente europeu vai enfrentar uma média de mais de 68.000 mortes todos os verões até 2030 e mais de 94.000 até 2040.

O verão do último ano foi o mais quente já registado na Europa, caracterizado por uma intensa série de ondas de calor que quebraram recordes de temperatura, seca e incêndios florestais.

Em Portugal

Mais de 30 concelhos dos distritos de Faro, Castelo Branco, Portalegre, Santarém e Guarda apresentam neste dia 10 perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O IPMA colocou também mais de 60 concelhos de Faro, Beja, Santarém, Portalegre, Castelo Branco, Portalegre, Leiria, Lisboa, Coimbra, Viseu, Guarda, Vila Real, e Bragança em perigo muito elevado.

Outros concelhos de todos os distritos do continente, exceto Viana do Castelo, estão hoje em perigo elevado de incêndio.

Devido ao tempo quente, o perigo de incêndio vai manter-se elevado pelo menos até sexta-feira.

Este risco, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo e os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Desde o início do ano, as 4.296 ocorrências de fogo já afetaram 9.172 hectares de espaços rurais.

O IPMA prevê para hoje no continente céu geralmente limpo, vento por vezes forte no litoral oeste a sul do Cabo da Roca e subida da temperatura mínima, em especial no interior Norte e Centro, e da máxima, exceto no litoral do sotavento algarvio.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 14 graus Celsius (em Viana do Castelo, Braga, Porto, Bragança, Vila Real, Viseu, Guarda e Coimbra) e os 21 (em Faro) e as máximas entre os 23 (no Porto) e os 33 (em Castelo Branco).

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