Da Redação
O Ministro português de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, afirmou que a cimeira bilateral com Moçambique, que está agendada para 26 e 27 de março, vai dar um “impulso muito significativo” às relações entre os dois países. Rui Machete falava em Maputo, onde participa na Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP, que ocorre dia 20.
“Tivemos oportunidade de trocar impressões sobre os principais temas da cimeira, que não são apenas matérias econômicas, mas também se revestem de aspetos relacionados com a cooperação universitária, educação e cultura”, disse o ministro no final de uma reunião com o seu homólogo moçambicano, Oldemiro Baloi.
Rui Machete salientou os avanços que Moçambique vem registrando na normalização da situação política e militar, apontando as negociações entre o Governo e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o principal partido da oposição, como um sinal de que o país está a ultrapassar a sua pior crise desde a assinatura do Acordo Geral de Paz, em 1992.
O Ministro reiterou a disponibilidade de Portugal para ajudar as autoridades moçambicanas a combater a onda de raptos que está a assolar o país há cerca de dois anos, afirmando que “continuaremos predispostos a, sempre que Moçambique solicitar, dar ajuda na medida em que isso for considerado necessário e útil”.
Machete e Oldemiro Baloi declararam concordar de uma “identidade de pontos de vista sobre as condições de adesão da Guiné-Equatorial” à organização lusófona, apontando o roteiro exigido ao país como o caminho para o ingresso na organização.
Os passos que a Guiné-Equatorial deu para passar de Estado-observador da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a membro de pleno direito serão um dos temas mais importantes da reunião extraordinária do Conselho de Ministros.
O roteiro definido pela CPLP para a adesão da Guiné Equatorial, condicionada ao parecer positivo de todos os membros, prevê, entre outras medidas, a promoção do uso do português – a língua principal do país é o espanhol – e a adoção de uma moratória sobre a pena de morte.