Cimeira da CPLP terá “um dos mais favoráveis quadros políticos” dos últimos anos

Da Redação
Com Lusa

Segundo o ministro português dos Negócios Estrangeiros, a próxima cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) terá “um dos mais favoráveis quadros políticos e diplomáticos”, assinalando a “vontade de trabalhar em conjunto”.

A conferência de chefes de Estado e de Governo da comunidade lusófona, marcada para 17 e 18 de julho na ilha do Sal, Cabo Verde, contará com um “quadro político e diplomático que é provavelmente um dos mais favoráveis das últimas cimeiras”, considerou Augusto Santos Silva, durante uma audição pela comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, na Assembleia.

O ministro começou por notar que “todos os chefes de Estado e de Governo confirmaram a sua presença, o que não se verificava há muitos anos”.

Augusto Santos Silva respondia a uma pergunta do deputado do CDS-PP João Gonçalves Pereira, que o questionara sobre as condições de realização da cimeira e se estão previstas medidas para a cidadania e mobilidade dos cidadãos lusófonos.

O ministro salientou que se “sente uma vontade de trabalhar em conjunto, seja do ponto de vista da agenda 2030 [Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, definidos pelas Nações Unidas], na influência internacional dos países de língua portuguesa, ou do ponto de vista do trabalho sobre o regime da mobilidade”.

“Haverá declarações a ser aprovadas”, disse.

Portugal e Cabo Verde, que assumirá agora a presidência rotativa da CPLP, têm insistido na necessidade de facilitar a circulação dos cidadãos lusófonos no espaço comunitário.

Dos 250 mil vistos emitidos em 2017 por Portugal, 51% “foram emitidos a cidadãos oriundos de países de língua portuguesa”, referiu Santos Silva, que recordou que o decreto, aprovado na semana passada pelo Governo, que regulamenta a lei sobre entrada e saída de estrangeiros “facilita bastante a emissão de vistos designadamente para oriundos da CPLP que vêm para Portugal estudar”.

“Temos feito esforços no sentido de facilitar a mobilidade”, disse, mas defendeu que é possível “criar um regime de mobilidade próprio da CPLP que será de facto uma mudança considerável na forma como os cidadãos veem e podem beneficiar” da organização.

Cabo Verde acolhe, em 17 e 18 de julho, na ilha do Sal, a XII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, cimeira que marca o arranque da presidência cabo-verdiana da organização.

Para a cimeira está confirmada a presença dos chefes de Estado dos nove países-membros da organização: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

A presidência cabo-verdiana da comunidade lusófona, que tem a duração de dois anos, terá como lema “Cultura, pessoas e oceanos”.

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