Cidade boa para turistas é boa para seus cidadãos, diz diretor da ONU em ano com 1 bilhão de turistas

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Da Redação
Com Rádio ONU

Uma cidade que “não é boa para seus cidadãos, não é boa para turistas”, afirmou Márcio Favilla, diretor-executivo para competitividade, relações externas e parcerias da Organização Mundial do Turismo, OMT.

Favilla conversou com a Rádio ONU após um evento sobre turismo sustentável, realizado no mês passado em Quito, Equador. Ele falou sobre a importância da atividade para a Agenda 2030.

“O turismo, seja internacional, seja doméstico, é uma força crescente. Para que todos tenham uma ideia: este ano, vamos superar a marca de 1,2 bilhão de pessoas viajando internacionalmente e mais de 7 bilhões de pessoas viajando dentro de seus próprios países. Então, o turismo é uma força econômica, pode dar uma contribuição enorme ao desenvolvimento social, à promoção da cultura, à preservação do meio ambiente.”

O diretor da OMT afirmou ainda que o turismo se “encaixa muito bem na nova agenda urbana”. Márcio Favilla defendeu que o turismo é um “instrumento para o entendimento, compreensão mútua e paz entre os povos”.

“O turismo é um instrumento para a construção de um mundo melhor muito além dos aspectos econômicos que o turismo gera e pode trazer de benefícios para os países e comunidades visitados. O turismo continua crescente em âmbito internacional apesar dos desafios geopolíticos que estamos vivendo.”

Ele afirmou que nos últimos seis anos a atividade tem crescido acima da média do crescimento da economia mundial e do comércio internacional.

Favilla acredita também que o turismo é uma atividade resiliente, que se “recupera de momentos difíceis e impactos adversos”. Ele disse que a OMT trabalha com Ministérios do Turismo que países que enfrentam dificuldades devido a questões de segurança “para que as situações sejam superadas”.

1 bilhão de turistas internacionais
A Organização Mundial do Turismo informou que 956 milhões de turistas internacionais viajaram entre janeiro e setembro deste ano. No último Barômetro do Turismo Mundial, a agência da ONU revela que houve um crescimento de 4% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando 34 milhões a mais de passageiros.

Especialistas da OMT afirmam que o ano começou forte para o turismo internacional, mas desaqueceu um pouco no segundo trimestre, se recuperando somente na segunda parte do ano.

O secretário-geral da agência, Taleb Rifai, afirma que o turismo é um dos setores econômicos mais resilientes e de maior crescimento. Mas ele também está sujeito a riscos e a percepções de crises.

Para Rifai, nenhum destino turístico está imune a problemas. O que precisa ser feito é aumentar a cooperação para lidar com as ameaças globais relativas à segurança. E claro, a produção de planejamento de emergências.

Este é o tema de um Encontro Ministerial sobre Viagens Seguras que será aberto nesta quarta-feira em Londres.

Ao contabilizar o crescimento de 2016, a OMT indica que a subida foi puxada pela região da Ásia-Pacífico. O Vietnã obteve um aumento de 36% seguido pela Coreia do Sul com 34%, Japão com 24% e Sri Lanka com 15%.

Já na Europa, as chegadas internacionais aumentaram 2%. Mas países como Portugal, Espanha, Hungria e Irlanda conseguiram todos crescer em mais de dois dígitos. A pior performance ficou com França, Bélgica e Turquia, que foram vítimas de ataques terroristas nos últimos meses.

Na região das Américas, o aumento foi de 4%. A América do Sul obteve 7% a mais de chegadas se comparado como mesmo período do ano passado, seguida pela América Central com 6% e pelo Caribe e América do Norte com 4%.

Já a África registrou o dobro do crescimento americano. No Oriente Médio, no entanto, houve uma caída de 6% no número de turistas. A performance da região incluindo o Norte da África começou a se recuperar somente no segundo semestre.

Entre os cinco maiores mercados para o turismo internacional estão a China com um aumento de 19%, os Estados Unidos com 9%, o Reino Unido com 10%, e Alemanha e França com 5% e 3%, respectivamente.

No resto do mundo, que obteve um aumento no número de chegadas de mais de 20% estão o Egito com 38% e a Argentina com 27%.

Quando se fala de crescimento nos 10 maiores mercados, a Austrália e a Coreia do Sul despontam como favoritas, seguidas pela Itália.

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