Da Redação
Com Lusa
A China quer reforçar “o intercâmbio cultural” com Portugal e dar a Macau um “papel especial” nesse contexto, segundo o presidente do Instituto Cultural de Macau, Guilherme Ung Vai Meng.
O anúncio foi feito aos jornalistas à margem da assinatura do “Plano de execução de intercâmbio cultural e de cooperação entre a China continental e a Região Administrativa Especial de Macau 2016-2018” pelo secretário do Governo de Macau que tutela esta área, Alexis Tam, e pelo vice-ministro da Cultura da China, Ding Wei.
Segundo Guilherme Ung Vai Meng, a delegação chinesa que está em Macau reuniu-se com as autoridades locais e o vice-ministro anunciou a intenção de Pequim estreitar “o intercâmbio cultural” com Portugal e atribuir a Macau um “papel especial” na concretização desse objetivo, dada a história e a cultura do território, que teve administração portuguesa até 1999.
O presidente do Instituto Cultural de Macau não avançou mais detalhes, dizendo que isso cabe ao Ministério da Cultura de Pequim. Ainda assim, avançou que esta é uma ideia que vai ser trabalhada, estimando que haja algo mais concreto por volta de 2020.
Guilherme Ung Vai Meng referiu que o acordo de estreitamento de relações culturais entre Macau e Pequim, assinado em 2006, “correu muito bem” e a cooperação vai continuar e desenvolver-se.
A este propósito, lembrou que o Instituto Cultural assumiu este ano projetos que antes estavam nas mãos do Instituto dos Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), o que lhe dá uma “responsabilidade maior” e torna ainda mais importante a cooperação com o Ministério da Cultura chinês, que será cada vez maior, inscrevendo-se também neste âmbito a ideia de dar a Macau um papel no estreitar de relações culturais com Portugal.
A nível da economia, a China já estabeleceu Macau como a sua plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa, em 2003, ano em que criou o Fórum Macau, que reúne ao nível ministerial de três em três anos.
Na cerimônia, o Ministério da Cultura da China distribui ainda apoios aos “herdeiros representativos do património intangível” de Macau a nível nacional, com o objetivo de incentivar a realização de atividades de formação e transmissão das suas artes.
Há seis tradições de Macau que integram a Lista do Patrimônio Cultural Imaterial da China: a ópera cantonense, o chá de ervas, a escultura de Ídolos Sagrados de Macau, as Naamyam Cantonense (canções narrativas), a música ritual taoista de Macau e o Festival do Dragão Embriagado.