Da Redação
Com Lusa
Portugal esteve, em 28 de junho, em destaque no China Daily, jornal oficial chinês com a maior distribuição em língua inglesa, que aponta o incremento das relações econômicas entre os dois países.
Num dossier de quatro páginas, o China Daily traçou as vantagens estratégicas e prioridades de Portugal, e invocou os séculos de diplomacia e comércio com vários países da Ásia e África, ao destacar a importância do Fórum Macau e o “papel relevante” da Região Administrativa Especial ao nível da Lusofonia, assim como o da Câmara do Comércio Luso-Chinesa na dinamização dos investimentos bilaterais.
Não obstante fazer referência ao fato do Produto Interno Bruto português atualmente representar “apenas dois terços da média dos 27 países da União Europeia”, a edição de Hong Kong do periódico descreveu a inovação de Portugal na energia – nomeadamente nas renováveis –, finanças, tecnologia e indústria, e sublinhou o esforço de desburocratização do anterior governo com o Simplex e a “Empresa na Hora”.
Num artigo intitulado “A internacionalização é a chave para o crescimento”, o China Daily escreveu que “a emergência da classe média chinesa e a procura de serviços especializados” por parte daquele país “é a grande oportunidade de Portugal”, ao observar a entrada na China de várias empresas de serviços portuguesas, desde a arquitetura à advocacia, nomeadamente em Xangai.
Foram destacadas várias estratégias empresariais portuguesas, como a Unicer, que apesar de ter Angola como principal mercado externo, está atenta às novas tendências na China, onde conta com distribuidores em Macau, Hong Kong e China Continental, e Innovnano, empresa do grupo CUF e primeira fabricante de nanomateriais do país, que apesar de ainda não ter chegado ao mercado chinês, vê nele “grande potencial”.
O setor bancário também não foi esquecido, com entrevistas à Caixa Geral de Depósitos (CGD) e seu participado, o Banco Nacional Ultramarino (BNU), que opera em Macau há mais de cem anos e no ano passado registou um aumento de 25% nos lucros, graças à “expansão econômica registada em Macau”.
O jornal observou ainda a oportunidade de investimento direto por parte da China, assim como a entrada no capital de algumas empresas portuguesas, como a EDP, REN ou GALP, nos respetivos processos de privatização.
Segundo os dados da Câmara de Comércio Luso-Chinesa (CCIL-C), citados pelo China Daily, em 2010, as importações de Portugal à China, avaliadas em 1,65 bilhões de dólares ou 1,16 bilhões de euros, cresceram 32,4%, enquanto as exportações para a China subiram 60,7%, atingindo os 483,5 milhões de dólares ou 340,6 milhões de euros.
E os negócios entre a China e os países lusófonos “aceleraram 50% de janeiro a novembro de 2010, quando em 2009 se fixaram nos 8,9 bilhões de dólares [6,27 mil milhões de euros]”, observou Ilídio António de Ayala Serôdio, vice-presidente da CCIL-C ao China Daily.